JOÃO MÁRIO ACENDE A LUZ
Jesus: “Conforto dado pelos adeptos foi importante”
O Spartak só absorveu meia aula. Defensivamente esteve melhor, mas faltou-lhe capacidade ofensiva para ferir o adversário. João Mário voltou a estar em destaque na estreia de Yaremchuk
Metade do trabalho está feito. O Benfica venceu o Spartak por 2-0 e confirmou de forma clara o triunfo conquistado na última semana em Moscovo. Tudo somado, as águias marcaram quatro golos ao emblema de Moscovo e não sofreram. A equipa atinge o play-off de acesso à Champions, onde irá medir forças com os holandeses do PSV, numa eliminatória que se prevê com um grau de dificuldade superior a esta.
Como se antevia, Jorge Jesus mudouaequipadomeio-campo para a frente e o Benfica controlou como quis o adversário. Weigl e João Mário articularam-se bem no meiocampo; Rafa voltou a dar velocidade ao setor ofensivo e Gonçalo Ramos, embora não tenha tido o rendimento evidenciado no último fim de semana, em Moreira de Cónegos, foi sempre um elemento destabilizador, obrigando a defesa adversária a uma constante atenção aos seus movimentos. Pizzi, à direita, terá sido a pedra com menor influência no rendimento global do conjunto.
O Spartak precisava de marcar pelo menos dois golos no Estádio da Luz para discutir a eliminatória, mas a equipa nunca demonstrou capacidade para tal. Rui Vitória apresentou uma equipa mais retraída, num 4x4x2, com linhas muito juntas, difíceis de romper durante toda a primeira parte. Defensivamente, o Spartak parecia ter a lição bem estudada, com muitos jogadores no seu meio-campo, o que dificultou as penetrações de Rafa e companhia. Meia aula tinha sido absorvida, mas faltava a outra metade: capacidade para ferir a defesa ou a organização defensiva do Benfica. A equipa falhou redondamente nesse objetivo, nunca conseguindo agredir o adversário. O Spartak não foi ousado em termos ofensivos e não estendeu o seu jogo como precisava. As poucas iniciativas que teve foram invariavelmente resolvidas, até com alguma facilidade, pelos defesas e médios da equipa da Luz. O dispositivo moscovita vacilou ligeiramente na segunda metade e o Benfica encontrou espaços para criar lances de perigo. Os golos apareceram com naturalidade. Sempre com João Mário na organização e a pautar o ritmo de jogo, as águias chegaram à vantagem. Diogo Gonçalves encontrou espaço na direita, cruzou, Rafa tentou o desvio, mas a bola sobrou para João Mário abrir o marcador e dar a tranquilidade que a equipa necessitava para o resto do jogo – se é que precisava...
Ao cair do pano, e já depois de ter chamado Yaremchuk (entrou aos 65’) à partida para jogar os primeiros minutos de águia ao peito, Jorge Jesus viu a sua equipa fechar a contagem. O ucraniano picou a bola para o ex-Sporting, este devolveu o passe ao avançado, que rematou e com muita sorte pelo meio, viu a bola desviar em dois adversários (centrais do Spartak) e parar no fundo das redes de Maksimenko.
As alterações feitas de um lado e do outro pouca influência tiveram no futebol jogado pelas equipas. Nas contas da Luz, segue-se o PSV. Mais uma eliminatória decisiva para chegar aos milhões da Champions.