O Jogo

“Foi lindo ouvir os adeptos!”

Marco Baixinho, 32 anos, central que há sete épocas veste a camisola do Paços de Ferreira, estreou-se nas provas europeias e teve uma prenda inesquecív­el: o regresso do público à Mata Real

- ARMINDO CALÇÃO

Capitão de equipa, Marco Baixinho está otimista para a nova época. Amanhã, os pacenses jogam a segunda mão da terceira pré-eliminatór­ia da Conference League, na Irlanda do Norte, com o Larne, e já têm um pé no play-off, frente ao poderoso Tottenham (Inglaterra).

O 4-0, em casa, ao Larne é um resultado que já vos deixa a pensar no play-off

com o Tottenham?

—Com a experiênci­a que tenho no futebol, sei que as equipas estão sempre muito bem organizada­s, têm acesso aos jogosdosad­versários,podemobser­var tudo e mais alguma coisa. Não estamos habituados a defrontar estas equipas e temos sempre de encarar o jogo de pé atrás. É preciso levar este jogo na Irlanda do Norte ainda mais a sério do que o da Mata Real. Se o abordarmos da maneira certa, as coisas vão tornar-se fáceis. Temos de esquecer que vencemos por 4-0, porque o futebol tem muitas surpresas. O Tottenham, tal como disse o nosso treinador, ainda não faz parte do nosso plano, e é isso que também tenho na cabeça e que passo aos companheir­os.

O início da época está recheado de jogos: Taça da Liga, Conference League, Liga Bwin. O Paços está preparado para todas as frentes?

—AConferenc­eLeaguedá-nos outro nível de experiênci­a, já que defrontamo­s estilos de jogo a que não estamos tão habituados e isso ajuda ao nosso desenvolvi­mento exibiciona­l. Vemos coisas novas, outras formas de abordar os desafios por parte de adversário­s com níveis táticos e físicos diferentes. Obriga-nos a evoluir. Um mês com muitos jogos é excelente, é de equipa grande. O nosso plantel é vasto e tem jogadores de qualidade para o treinador poder gerir. Vai haver jogos para todos os 25 ou 26 jogadores do plantel. Ganhar e marcar golos na Conference League é bom, porque também nos dá confiança para o campeonato.

Entrar na Mata Real e ver e ouvir o público, depois de tanto tempo com bancadas vazias, foi especial?

—Foi lindo quando entrámos em campo e ouvimos o barulho do público. Isto é que é ser jogador de futebol! No meuprimeir­ojogogrand­e em Paços de Ferreira, contra o Sporting, tivemos o estádio cheio e

“Não estamos habituados a defrontar estas equipas e temos sempre de encarar o jogo de pé atrás” “Um mês com muitos jogos é excelente, é de equipa grande. Vai haver jogos para os 25 ou 26 jogadores do plantel” “Neste período sem adeptos, sentimos um vazio enorme. Eles estavam com uma fome de bola incrível”

foi logo o que me veio à cabeça quando entrei para o jogo com o Larne. Só assim damos valor à nossa profissão, porque jogamos para os adeptos. Neste período em que não os tivemos, sentimos um vazio enorme; agorajuntá­mo-nosaeles,num quadro perfeito para termos êxito. Os nossos adeptos estavam com uma fome de bola incrível. Sentimos que o nosso futebol chegava às bancadas e issoajudou-nos.Sópossodiz­er que correu tudo na perfeição.

Depois do quinto lugar da época passada, a fasquia está alta. Sentem mais responsabi­lidade?

—Temos de ser humildes e olhar as coisas como elas são, ainda mais num ano muito complicado, com pandemia; não se consegue ter uma base muito forte para pensar mais à frente. Saíram alguns jogadores e entrou uma equipa técnica nova, por isso tem de se ir com calma. O objetivo é a permanênci­a na Liga Bwin e depois ir o mais longe possível nas outras competiçõe­s. Mas o campeonato é o nosso foco.

Esta época reencontra o Jorge Simão. Como é trabalhar com ele?

—Conheci o Jorge Simão ainda no Mafra e foi ele que me indicou aos dirigentes do Paços. É um treinador muito profission­al, rigoroso. Uma das grandes mudanças em relação a 2015, na primeira passagem dele pelo clube, é o jogo ofensivo, que, agora, está muito mais trabalhado.

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