André Silva e Haaland contra a hegemonia
Bayern arranca como favorito à conquista do decacampeonato, mas RB Leipzig e Dortmund prometem dar luta com poder de fogo à altura
Os Roten-Bullen gastaram 23 M€ no português, o segundo melhor goleador da última liga, enquanto o norueguês resistiu (para já) à cobiça dos gigantes. Nagelsmann é novidade no banco do campeão
Campeão nas últimas nove épocas, o Bayern dará na sexta-feira o pontapé de saída da edição 2021/2022 da Bundesliga com a visita à casa do Moenchengladbach, um dos maiores rivais de sempre, mas longe das glórias da década de 70. Com uma equipa praticamente semelhante à da temporada passada – Upamecano, a contratação mais cara até ao momento na Alemanha, colmatou a vaga deixada em aberto pela saída de Alaba para o Real Madrid –, os bávaros partem como favoritos à conquista do título, mas os principais rivais apresentam argumentos de peso ao nível do setor ofensivo para combater esta hegemonia.
Determinado a melhorar aquele que foi apenas o sexto melhor ataque da última temporada, o vice-campeão RB Leipzig pagou 23 M€ ao Eintracht Frankfurt por André Silva, o segundo melhor marcador (24 golos) em 2020/2021 atrás do “extraterrestre” Lewandowski, que pulverizou toda a concorrência com 41 remates certeiros. Último campeão antes do arranque da era hegemónica do Bayern, o Dortmund perdeu o vibrante Sancho para o Man. United, mas, para já, conseguiu manter nos seus quadros o cobiçado Haaland, que entra nesta edição da Bundesliga com 60 golos em outros tantos jogos pelo clube de Raphael Guerreiro que, juntamente com André Silva, tem legítimas aspirações à conquista do título.
Outro dos principais atrativos está na revolução colocada em marcha nos bancos das principais equipas desde o final da última época. Julian Nagelsmann mudou-se do RB Leipzig para o Bayern por 25 M€, tornando-se o treinador mais caro da história, e encabeça uma lista de trocas que afetou sete dos oito primeiros classificados da última edição da Bundesliga: a exceção foi o Union Berlim. O efeito “dominó” provocado pela sucessão de HansDieter Flick no campeão trouxe o norte-americano Jesse Marsch (ex-RB Salzburgo) para o banco do RB Leipzig, que ainda corre pelo primeiro título desde a entrada em cena do seu principal patrocinador, em 2009. Já o Dortmund apostou em Marco Rose, antigo técnico do Moenchengladbach que, por sua vez, contratou Adi Hutter ao E. Frankfurt. A equipa de Gonçalo Paciência – que regressa de empréstimo ao Schalke – recorreu aos préstimos de Oliver Glasner, que levou o Wolfsburgo ao quarto lugar na última época, com os lobos a apostarem em Mark van Bommel. Leverkusen e Colónia são as outras equipas que apresentam caras novas nos bancos para 2021/2022.
Refira-se que o Bayern está a apenas um título de igualar a maior sequência vitoriosa já vista em território germânico. Patrocinado pela cúpula da Stasi – a polícia política da República Democrática da Alemã –, o Dínamo de Berlim conquistou dez campeonatos consecutivos da extinta RDA entre as épocas 1978/1979 e 1987/1988, antes de cair nas divisões inferiores e no esquecimento após a unificação da Alemanha: joga atualmente na Regionalliga-Nord, equivalente à quarta divisão.