“Tive azares, este é o prémio”
Não se deixando impressionar pela amarela, acha ter a “mesma responsabilidade”
Desde 2006 que o Boavista não tinha a amarela na Volta, mas Daniel Freitas sucede a Manuel Cardoso com a tranquilidade de quem acha que agora “é ir à luta, como fazemos todos os dias”
Daniel Freitas tem 30 anos e uma carreira curiosa. Passou por Efapel, LA Alumínios, Mortágua e ao entrar em 2016 na W52-FC Porto parecia atingir o topo da carreira. Mas a competitividade da equipa portista deixava-o de fora da Volta a Portugal, que só tinha feito uma vez (pela LA), pelo que regressou ao Mortágua, entretanto acabado de entrar no pelotão de elite. Fez duas boas épocas, sobretudo a passada, surpreendendo com um 13.º lugar na Volta, depois de ter andado pelo top-10. Esses altos e baixos tem-nos vivido esta época, a primeira na Rádio Popular-Boavista, e até o dia de ontem foi uma montanha-russa de emoções, iniciada com os abandonos dos colegas João Benta e Tiago Machado, devido a covid-19.
“Tive muitos azares este ano e acho que já merecia um prémio. Queria vencer a etapa, mas vestir de amarelo é um bom prémio”, comentou o gaiense, que vive em Famalicão. “Já tinha a ideia de uma fuga na etapa da Guarda. Como nessa se correu para a geral, não deu para fazer isso. Essa etapa já a tinha marcada, e para a tentar disputar e vestir a amarela. Tentei agora. Não consegui a etapa, mas tenho a amarela”, disse ainda o homem que acabou com o jejum de 15 anos do Boavista.
Considerando que a sua liderança é para levar “até onde puder”, Daniel Freitas encara a posição de destaque sem pressão: “A responsabilidade é a mesma. Nós damos tudo todos os dias, pelos que nos apoiam e pelos nossos patrocinadores. Isso não vai mudar, teremos de ir à luta”.
“Queria vencer a etapa, mas vestir a amarela já é um bom prémio.
Tinha a ideia de fugir na etapa da Guarda, mas nessa correu-se para a geral”
Daniel Freitas
Rádio Popular-Boavista