Forte de um é lacuna do outro
Wendell perde para Zaidu nos indicadores defensivos, mas ganha em quase tudo o resto
Ao contrário do brasileiro, o nigeriano marcou e assistiu na última liga, só que, globalmente, não se mostrou tão certeiro no passe. Lateral do Bayer costumava ficar atrás no início da construção
Com Wendell no radar, importa traçar uma comparação entre o brasileiro e Zaidu, o único lateral-esquerdo de raiz do FC Porto. Analisados os dados de desempenho de cada um nas respetivas ligas, na última época, o ainda jogador do Bayer leva vantagem de uma clara na maioria dos itens, mas esta leitura é indissociável do contexto em que cada um competiu. Por um lado, é legítimo afirmar que a Bundesliga tem uma exigência e um grau de dificuldade diferentes dos da Liga Bwin; por outro, há as formas de jogar das equipas. Enquanto o nigeriano, muito veloz, tem ordens para se projetar e dar largura (sem prejuízo das especificidades de cada partida), o brasileiro, sob o comando de Peter Bosz, incluíase várias vezes numa linha de três jogadores no início da construção.
Aprofundando então os dados, recolhidos no portal “Wyscout” e exibidos em baixo, Zaidu mostra-se mais eficaz nos duelos defensivos, no jogo de cabeça e nos “carrinhos”, porém, fica para trás à medida que se avança no terreno. E isto apesar de, ao contrário de Wendell, ter feito pelo menos um golo e uma assistência no campeonato. Em média, por 90 minutos, perdem e recuperam, sensivelmente, o mesmo número de bolas, mas Wendell demonstrou maior sucesso no passe e em ultrapassar adversários.
Números para serem interpretados com prudência, mas que dão uma ideia do que o possível reforço é capaz de fazer. Depois, há os momentos de forma e a confiança. Zaidu não vive a melhor fase, mas fez parte do onze revelação da fase de grupos da Liga dos Campeões. Já o brasileiro, como deixou claro a O JOGO, crê que não tem mais futuro em Leverkusen e procura um novo desafio.