Algarvios atropelam beirões
Beto, Boa Morte e Candé fizeram os golos
Uma perda de bola primeiro e um penálti depois deixaram o Portimonense confortável no jogo, com dois golos de rajada. O terceiro, já na parte final, foi obra de arte de Candé
••• Três remates, dois golos e ainda uma defesa vistosa de Niasse. O Portimonense dificilmente podia esperar melhor resumo de uma primeira parte poupadinha em lances de perigo ou em futebol avassalador (também por culpa do árbitro, com faltas e cartões a despropósito...), mas a dar corpo a um ascendente dos algarvios na etapa final desse período. E dar corpo é uma expressão feliz no caso, porque parte do segredo para essa superioridade do Portimonense esteve num duelo de musculatura pelo meio que lhe foi amplamente favorável: de umlado pesos-pesados, com Willyan ao comando, um auxílio à altura de Lucas Fernandes e, sobretudo, Carlinhos, aposta bem sucedida de Paulo Sérgio no onze; do outro, a leveza de Rafael Barbosa, Tiago Dantas e até João Pedro, embora este mais tarimbado para os duelos.
O físico não explica tudo, às vezes nem sequer explica nada, mas aqui, depois de uns fogachos iniciais em que o Tondela parecia querer mandar no jogo, valeu aos visitantes um crescimento que começou a ser evidente e acabou numa vantagem confortável ao intervalo.
Beto marcou o primeiro, com uma defesa tondelense à espera de uma irregularidade imaginária: apanhada em contragolpe após perda de bola comprometedora, permitiu ao avançado dominar de peito ef aturar. Sete minutos depois, a mão de João Pedro desviou um canto e valeu um penálti (depois de VAR e árbitro terem analisado o lance) que Aylton não desperdiçou.
O Tondela acusou o peso do castigo, voltou a tentar pegar no jogo na segunda parte, mas ficou sempre a sensação de ter sido um domínio consentido e foi inconsequente. Pako Ayestarán tentou estimular a reação a partir do banco, mas sem sucesso. Paulo Sérgio foi também gerindo o esforço, mas já não era uma questão de músculo. Foi com arte que o Portimonense fechou a goleada: Fali Candé deu espetáculo num livre, assinando um golo soberbo.