O Jogo

PALHINHA VIRA-SE PARA O ATAQUE

Frente ao Belenenses, bateu recordes ofensivos em remates, dribles e duelos

- FREDERICO BÁRTOLO

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O JOGO ouviu ex-médios do Sporting para avaliarem o cresciment­o. Delfim salienta a confiança dada por Amorim. Já Luís Loureiro diz que Matheus Nunes defende bem e deixa o internacio­nal luso subir

••• João Palhinha foi uma das figuras do jogo do Sporting com o Belenenses e assumiu um papel importante no ataque do campeão nacional. O jogo do médio frente aos azuis foi o melhor a nível ofensivo desde que o jogador de 26 anos e o técnico Rúben Amorim voltaram a trabalhar juntos, depois da experiênci­a em Braga. Em 2020/21, por exemplo, Palhinha nunca fizera tantos remates enquadrado­s à baliza num só jogo e só por uma vez tentara quatro tiros (Nacional, a 8 de janeiro). Anteontem o “6” tentou ainda seis dribles e ganhou seis dos 11 duelos ofensivos.

Os números recolhidos por O JOGO através da plataforma “Wyscout” reforçam que Palhinha está a avançar no terreno. Nos quatro jogos desta época, que incluem dois frente ao Braga, tem uma média de um remate por jogo, superando os 0,71 de 2020/21. Mais relevante, duplicou os dribles, crescendo na eficiência dos mesmos, com 1,5 por partida. Expandiu a área de ação, disputa mais duelos ofensivos e aparece nas alas, somando três cruzamento­s em quatro partidas quando na época passada nem chegava à média de um por cada dez jogos.

O JOGO ouviu antigos médios defensivos do Sporting e tanto Delfim como Luís Loureiro destacam a evolução ofensiva. “Tem a ver com o enquadrame­nto que ele tem, os colegas e a filosofia que o treinador passa. Há uma grande dinâmica na equipa e quando a bola lhe chega aos pés nota-se melhoria no transporte de bola e nas ações individuai­s”, explica Delfim, um exemplo de um trinco que arriscava subir pela força do pontapé. O campeão de 2000 vinca a confiança que Palhinha demonstra em campo e que Rúben Amorim admitiu dar-lhe em treino: “O Palhinha acredita que pode ser uma mais-valia e taticament­e acaba por ter mais espaço. Reivindica essas subidas, porque, por outro lado, recupera sempre rapidamen

te a posição, um pouco como é intrínseco a um médio-defensivo.”

Luís Loureiro comenta que Palhinha atacou mais pelo facto de o Belenenses “não ter feito mossa”, mas vê ganhos na mudança de parceiro de meio-campo. “Nota-se que cresceu pela qualidade que tem e pela confiança que advém do estatuto que tem vindo a adquirir. Só que o jogo do Sporting permite que ele apareça na área e o Matheus Nunes dá um grande equilíbrio defensivo. Tem uma leitura rápida para equilibrar a equipa e dá uma liberdade ao Palhinha que ele não tinha com o João Mário”, considerou o agora treinador do Real Sport Clube, outrora um jogador mais fixo como “6” ao jogar no vértice mais recuado do losango de Paulo Bento em 2005/06.

“O Palhinha acredita que pode ser uma mais-valia e taticament­e acaba por ter mais espaço. E recupera sempre rapidament­e a posição”

Delfim Ex-médio do Sporting

“Cresceu pela confiança que advém do estatuto, mas Matheus Nunes dá um grande equilíbrio defensivo”

Luís Loureiro Ex-médio do Sporting e treinador do Real Sport Clube

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