O Jogo

TAPADO NUM LADO E A METER ÁGUA NO OUTRO

Da ameaça à primeira perda de pontos do FC Porto passou uma semana. Marítimo foi subjugado a maior parte do tempo, mas eficaz quando teve de o ser

- TextosBRUN­O FILIPE MONTEIRO

Foi pelo lado (direito) que menos dores de cabeça tem causado a Conceição que os madeirense­s chegaram ao empate. Péssimo relvado foi um obstáculo, mas o gás dos dragões só durou até à botija de Díaz ficar vazia

Mais frustrante do que quase ceder um empate num jogo em que se é maioritari­amente dominador será mesmo consenti-lo,como sucedeu ontem com o FC Porto, o primeiro dos crónicos candidatos ao título a perder pontos no campeonato. Os dragões não levaram a sério o aviso que sofreram há uma semana, em Famalicão, e foram castigados frente a um Marítimo muito eficaz no ataque, sofrendo o golo que ditou a igualdade final no período de descontos da primeira parte. Valeu de muito pouco a Sérgio Conceição tapar o buraco que identifico­u à esquerda da defesa com Marcano, já que, desta vez, foi pelo lado contrário que a equipa meteu água, depois de Toni Martínez e companhia terem gozado de ocasiões suficiente­s para saírem para o intervalo descansado­s. Não as concretiza­ram e, mais tarde, quando tentaram retomar a dianteira, começaram a perder gás à medida que a botija de Luis Díaz se foi esvaziando, o único elemento do ataque que se destacou na “horta” dos Barreiros.

Mesmo com esse obstáculo acrescido, o FC Porto esteve sempre por cima no jogo, perante um Marítimo que não teve qualquer problema em dar a bola ao adversário. Pelo contrário. Júlio Velázquez baixou linhas, colocou Xadas a tentar explorar o espaço entre a dupla de médios portistas e a de centrais e acreditou que a mobilidade de André Vidigal e Alipour pudesse perturbar a tranquilid­ade de Diogo Costa. Nem uma, nem outra ideia resultaram em pleno na primeira metade, muito por ação da pressão exercida e pela reação à perda de Bruno Costa e Uribe, mas também de Luis Díaz. Até ao minuto 35, altura em que apontou o único golo portista, já havia desenhado quatro jogadas de perigo e, numa delas, Taremi e Toni Martínez não festejaram por muito pouco: o iraniano, porque Rossi travou o remate em cima da linha; o espanhol, porque tropeçou na bola na hora da recarga.

Atingida a vantagem, o FC Porto tentou controlar e deu a possibilid­ade ao Marítimo de se esticar, aproveitan­do alguns espaços concedido por João Mário à direita. No primeiro ensaio André Vidigal atirou para as nuvens, mas no segundo Xadas não falhou, na sequência de uma incursão de Vítor Costa pelo mesmo lado. Velazquez saía para o balneário como desejava e convidava os dragões a voltar à carga. O protagonis­ta do assalto era quase sempre Díaz e nem Cláudio Winck, nem Jorge Saenz o pareciam ser capazes de o travar. Ainda assim, coube a Vidigal a melhor ocasião, numa jogada de contra-ataque, que o atacante desviou para o poste.

Conceição lançou todas as unidades ofensivas que tinha à disposição para tentar chegar ao triunfo (Corona, Pepê, Evanilson, Fábio Vieira e Francisco Conceição), mas nenhuma resultou, até porque, por essa altura, já o Marítimo tinha montado um muro à frente de Paulo Vítor. Aliás, a melhor oportunida­de do FC Porto para desfazer o empate surgiu só no quarto minuto de descontos, na sequência de erros do guardarede­s, um deles salvo pelo poste.

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Fábio China e Evanilson entraram no segundo tempo
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