O Jogo

Nova arbitragem já arranjou inimigos

Jurgen Klopp foi o primeiro a criticar o conceito de deixar fluir o jogo e ontem juntou-se-lhe Solskjaer. “Recuámos dez ou 15 anos”, apontam

- JOÃO ARAÚJO

Técnico do Manchester United queixa-se de falta sobre Bruno Fernandes antes do golo sofrido; o do Liverpool de entradas duras sobre jogadores que tiveram lesões graves há pouco tempo

••• “Passámos de um extremo para o outro”, afirmou ontem o treinador do Manchester United, Solskjaer, após o empate a um golo em casa do Southampto­n. Em causa está a nova forma de arbitrar na PremierLea­gue,ondeaordem passou a ser a de deixar jogar mais e não apitar faltas e faltinhas, numa espécie de regresso às origens do futebol inglês. Só que esta abordagem, que inclui a despenaliz­ação de foras de jogo milimétric­os, é um retrocesso, criticam os técnicos do United e do Liverpool, sublinhand­o o maior risco de lesões. “É como se tivéssemos recuado dez ou 15 anos”, disse anteontem Jurgen Klopp.

“Se é esse o caminho que querem seguir, vamos ter lesões. Espero que se consiga encontrar um meio termo”, apontou Solskjaer, queixoso pela forma como o Southampto­n chegou ao 1-0, após um lance entre Jack Stephens e Bruno Fernandes. “É falta”, atirou o treinador dos “red devils”. “Ele vai direito ao Bruno”, sublinhou. “Não estou preocupado, mas temos de olhar para isto porque não podemos passar do extremo do voleibol ou basquetebo­l, no ano passado, para o do râguebi, agora”, completou o norueguês, que admitiu impacto positivo nos adeptos destas novas indicações dadas aos juízes, mas não deixou de insistir que aquele lance com o internacio­nal português era falta.

Na véspera, após o triunfo por 2-0 sobre o Burnley, que por agora dá ao Liverpool a liderança “ex-aequo” com Chelsea, Brighton e Tottenham, o técnico dos “reds” deixou críticas à nova arbitragem. “Não tenho cem por cento de certeza de estarmos a ir na direção certa com este tipo de decisões”, refletiu, depois de os seus dois centrais, Van Dijk e Matip, terem sofrido entradas duras. “É demasiado perigoso. As regras são o que são, mas não se pode defender este tipo de situações”, disse o alemão.

“Não podemos passar do extremo do voleibol ou do basquetebo­l, no ano passado, para o do râguebi, agora”

Ole-Gunnar Solskjaer

Treinador do Manchester United

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Romeu, do Southampto­n, e Matic, do Manchester United, no empate de ontem

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