Falta de tração atrás e à frente no batatal
O relvado do Estádio dos Barreiros não ajuda as equipas que querem jogar, mas prejudica especialmente as que têm problemas de eficácia no ataque e de permeabilidade na defesa
O estado lastimoso em que se encontra o relvado do Estádio dos Barreiros é, tal como Sérgio Conceição referiu, incrível. Como é incrível que, apesar disso, FC Porto e Marítimo tenham conseguido produzir um jogo bem disputado e, a espaços, até bem jogado. Aliás, é igualmente incrível que nenhum jogador tenha sofrido nenhuma lesão grave naquilo que, generosamente, se pode descrever como um batatal. Finalmente, é sobretudo incrível que os relvados voltem a ser protagonistas depois de, na última temporada, o do Jamor ter sido interditado pela Liga precisamente depois de o FC Porto ter de lá saído com um empate e pouco antes do Belenenses receber o Benfica. Para uma Liga que aspira à credibilidade e à internacionalização, a falta de atenção a este tipo de detalhes é fatal. Ora, se o relvado desempenhou o seu papel no jogo de ontem, Sérgio Conceição fez bem em não se desculpar com ele pelo empate que custou os primeiros dois pontos aos dragões no campeonato. A verdade é que, uma semana após o susto em Famalicão, não obstante a mudança de protagonistas e depois de, mais uma vez, ter dominado completamente os primeiros 45 minutos de jogo, o FC Porto voltou a ser surpreendido em contra-ataque, desta feita nos descontos da primeira parte. Para complicar, a essa permeabilidade defensiva juntase a falta de eficácia ofensiva, refletida na multiplicação de oportunidades claras de golo desperdiçadas. O FC Porto marca pouco para o que produz e sofre muito para o que os adversários criam. E essa é uma equação que raramente dá bons resultados.