O Jogo

Sem Champions, que se lixe o ranking

- José Manuel Ribeiro jm.ribeiro@ojogo.pt

É cíclico: a Liga sobe no ranking da UEFA, mais equipas na Liga dos Campeões, mais derrotas e adeus ao ranking outra vez. Não será na Liga Europa que se acaba com isso

H á bons jogos e, depois, há jogos bons. Para não falhar a Liga dos Campeões dois anos seguidos, o Benfica precisou de recorrer ao segundo género, de que as equipas portuguesa­s andaram uns anos arredadas, por excesso de presunção. A expulsão do central Lucas Veríssimo (que mostra a importânci­a de jogar na Liga dos Campeões para perceber diferenças) foi um golpe a que o Benfica teve de reagir como num combate de boxe, sem pruridos de qualidade nem de nota artística, só aparando os movimentos do adversário.

Ganhou bem a sua presença numa fase de grupos que pode ser muito importante para essa criatura mitológica que é a estratégia no futebol nacional. Eu explico: vem aí uma nova Champions e a Liga está bem colocada para ser quinta do ranking da UEFA quando ela chegar. Vale uma receita monumental (de que, já agora, se podia verter uma parte em nome da colaboraçã­o dos outros clubes) e um raro passo afirmativo, antecedend­o a centraliza­ção dos direitos TV. Mas o quinto lugar do ranking não pode ser só aritmética. Se for, acontecerá o mesmo de sempre: quanto mais equipas na Champions, mais pontos perdidos e, ao fim dos cinco anos do ciclo de pontuação no ranking, Portugal volta ao sexto lugar para começar tudo outra vez, com as vitórias mais baratinhas da Liga Europa. A forma de contrariar o círculo vicioso é ganhar mais vezes na Liga dos Campeões e crescer lá o que for possível quando oportunida­des como esta aparecem. Sem isso, o quinto lugar do ranking só servirá para, sazonalmen­te, mostrar aos europeus como aqueles sapatos de homem ficam demasiado grandes nos pés dos meninos portuguese­s.

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