O Jogo

A MAIS CURTA DE SEMPRE

Max Verstappen venceu um Grande Prémio da Bélgica que teve duas voltas atrás do Safety Car, em jornada de dilúvio. Até Lewis Hamilton achou que os adeptos “foram roubados”

- CARLOS FLÓRIDO MANUEL PÉREZ

O mau tempo impediu a realização do GP da Bélgica, mas a pressão do calendário levou a considerar como “meia corrida” as duas voltas feitas em ritmo lento. O anterior mínimo de corrida era de 14 voltas...

“O meu pensamento vai para os adeptos. Acho que foram roubados. Mereciam ter o dinheirode­volta”,disseLewis Hamilton, sete vezes campeão mundial e sempre sem papas na língua, depois de o Grande Prémio da Bélgica ter sido oficializa­do com duas tentativas frustradas para se correr e um total de três voltas cumpridas atrás do Safety Car, numa pista alagada pela chuva. O vencedor foi Max Verstappen, à frente de George Russell – primeiro pódio da carreira para o jovem britânico – e de Lewis Hamilton, pois só Sergio Perez, que se despistou na primeira entrada em pista, não ficou na posição da grelha de partida.

Como os regulament­os dizem que são atribuídos metade dos pontos quando não se cumpre 75% da distância, a “corrida” de uma volta mais duas foi considerad­a válida, já que um adiamento não era possível: sexta-feira as equipas já estarão em treinos livres no GP da Holanda, num ano em que a Fórmula 1 quer ficar com o recorde de 22 Grandes Prémios.

Para se perceber o ridículo

Verstappen, Russell e Hamilton “correram” atrás do Mercedes Safety Car, conduzido por Bernd Maylander

“Ninguém quer ganhar assim. Os vencedores foram os fãs que desafiaram a chuva”

Max Verstappen da decisão basta ir aos livros e verificar que a corrida mais curta da história fora em 1991, num GP da Austrália ganho por Ayrton Senna após 14 voltas e 24 minutos de vários despistes originados pela chuva. O GP de Espanha de 1975 teve 42 minutos, o da Malásia de 2009 durou 55m e o da Áustria de 1975 teve quase 58m; todos os restantes duraram mais de uma hora. Ontem, ficou o registo de uma volta do Red Bull de Verstappen em 3m27,071s.

“O dinheiro governa

o mundo. Eram precisas duas voltas para haver corrida, fizemos duas voltas atrás do Safety Car”, acusou Hamilton, com Michael Masi, diretor de um GP que teve quatro horas de espera em Spa, entre dois adiamentos, a justificar-se: “A segurança está em primeiro lugar. Se voltamos para a pista foi porque o céu ficou mais claro. Mas depois a precipitaç­ão aumentou. Havia a hipótese de correr. A de adiar um dia não existia”. A discussão, naturalmen­te, vai continuar...

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