Quatro candidatos à vitória
Líder da Tavfer-Mortágua reforçou a liderança do Grande Prémio JN, enquanto o da Efapel voltou a mostrar-se o rei dos contrarrelógios
Com a subida ao Alto da Nossa Senhora da Assunção, em Santo Tirso, a luta pelo triunfo na 30.ª edição terá ficado reduzida a quatro candidatos, podendo a decisão passar pelas bonificações
Tendo 6,7 dos 7,4 quilómetros com uma inclinação de seis por cento, o que normalmente é considerada segunda categoria, a subida ao Alto da Nossa Senhora da Assunção, que marcou a terceira etapa do 30.º Grande Prémio Jornal de Notícias, serviu para fazer a seleção no grupo dos 20 ciclistas que se tinham isolado no dia anterior, em Válega, e coroou Mauricio Moreira como o grande especialista do momento em contrarrelógios, mas desta vez a trepar.
Na condição de estreante em cronoescaladas, o uruguaio da Efapel impressionou ao terminar em 15m05s, sendo dois segundos mais rápido do que José Neves (W52-FC Porto), curiosamente aquele que foi o grande adversário ao longo da temporada; e 10 do que o colega António Carvalho. “É a primeira vez que faço um contrarrelógio a subir, sei que, de certa forma, é um contrarrelógio normal, ir no limite o tempo todo e foi o que eu fiz”, descreveu o vencedor do Grande Prémio Douro Internacional e da Volta ao Alentejo e segundo na Volta a Portugal.
A camisola amarela manteve-se nas mãos de Joaquim Silva, quinto classificado no duro teste em Santo Tirso, que não é nada estranho ao penafidelense a residir na Trofa há cinco anos e que já quando foi para o estrangeiro se mostrava muito completo. “É uma subida que conheço bem, faço-a muitas vezes, se calhar já fiz mais de 100. Se as pernas me permitissem, iria arriscar. Felizmente mantive a velocidade ao longo de toda a subida. No final quebrei um pouco, mas deu para segurar e ganhar alguns segundos aos adversários”, contou o atleta da TavferMortágua, apoiado em peso pela família que tirou a tarde para o ir ver.
Prometendo que a equipa “vai deixar tudo na estrada”, Silva passou a liderar com 25 segundos de vantagem e definiu os três principais adversários. Se Henrique Casimiro (Kelly-Oliveirense) e André
“Foi a primeira vez que fiz um contrarrelógio a subir. Em parte é como um crono normal, fui no limite o tempo todo”
Mauricio Moreira
Efapel “Esta etapa tinha um peso especial, era onde se podiam cavar algumas diferenças. Correu bem para mim”
Joaquim Silva
Tavfer-Measindot-Mortágua
Domingues (Efapel) não terão andado tanto quanto gostariam, Ricardo Vilela (a justificar a aposta da W52-FC Porto) e Alejandro Marque (um dos melhores contrarrelogistas do pelotão, mesmo não sendo a cronoescalada a sua especialidade) chegaram com um segundo de diferença, empatando na geral, em segundo e terceiro, respetivamente. “Gostávamos de ter ganho a etapa, mas saímos satisfeitos, estamos na luta”, considerou o português, enquanto o galego defendeu que a Atum-General Tavira “pode ter uma palavra a dizer neste Grande Prémio”. Já Frederico Figueiredo aproveitou o facto de se tratar de um “crono” a subir para ter também um bom desempenho, sendo quarto, a 29 segundos do topo.
Numa luta reduzida a quatro à entrada dos 149,5 km de hoje, com início e fim em Vila Real, a decisão do “JN” pode passar pelas bonificações – as vitórias estão a valer 10 segundos e os sprints especiais cinco –, mas não será de estranhar que possa haver surpresas como nos dias anteriores e de novos ataques surjam mais candidatos.