Clubes unidos para acelerar centralização
Amplo consenso na cimeira de presidentes sobre os direitos TV
Os clubes profissionais voltam a reunir -se em fevereiro, já com o esboço de um modelo de distribuição dos direitos de transmissão. Para já, avançará a formação de um comité entre a Liga e a FPF
●●● A centralização dos Direitos Audiovisuais dominou ontem a VII Cimeira de Presidentes, organizada pela Liga, e recebeu a concordância dos presidentes das Sociedades Desportivas. “Ficou claro que os clubes estão absolutamente convictos de que é isto que defende melhor a criação de riqueza num momento tão complexo e difícil”, disse Pedro Proença, após o sorteio da terceira fase da Taça da Liga, deixando no ar a hipótese de o processo ser implementado na próxima época, embora considere que “será o mercado a ditar o momento da antecipação ou não”, até porque há contratos a cumprir ainda.
A partir de 2028/29, de acordo com o decreto-lei aprovado em 25 de fevereiro em Conselho de Ministros, os clubes não podem comercializar de forma individualizada os direitos de transmissão dos seus jogos. Neste encontro, António Salvador, presidente do Braga, ouviu “com satisfação os três grandes dizerem que estão de acordo com a centralização dos direitos televisivos” e avançou com a proposta de formação de “um comité composto pela Liga e pela FPF”, que irá elaborar soluções para serem apresentadas em fevereiro, sugestão que colheu o apoio do seu homólogo de Guimarães. “Nós, os presidentes, é que sabemos quais são os problemas da nossa indústria e sentimos uma impreparação do poder político para lidar connosco”, complementou Miguel Pinto Lisboa, presidente do V. Guimarães. Este entendimento geral sentiu-se, também, nas palavras de Rui Costa, estreante na cimeira de presidentes, ao afirmar que “o Benfica não tem interesse em pensar sozinho o futebol português” e que a ideia é que “as equipas sejam mais fortes e tenham mais poder financeiro.”
O bolo a ser distribuído, garante Pedro Proença, será em moldes equitativos, pelo que “ninguém vai receber menos do que recebe” e “serão salvaguardados os interesses dos operadores, de resto, quem a certa altura tanto apostou no futebol profissional”. A Liga tem até 2025/26 para delinear um modelo para ser apresentado à Autoridade da Concorrência e no qual explicará como as verbas serão distribuídas, e terá de ficar concluído em 2027/28.
“Ficou claro que os clubes estão convictos de que é isto que defende melhor a criação de riqueza”
Pedro Proença
Presidente da Liga