A frustração de ser segundo
Rui Oliveira faz tudo bem, fica perto da primeira vitória internacional na estrada e o pódio sabe a pouco
A colocação do gaiense na roda de Magnus Cort (EF) foi imperial, só que o dinamarquês está numa forma superlativa e somou a terceira vitória na Volta a Espanha, tantas quantas Roglic e Jakobsen
Em dois anos e meio na UAE Emirates e antes da Volta a Espanha, Rui Oliveira esteve dez vezes no top-10 de etapas. Na segunda Grande Volta da carreira está a mostrar-se mais do que um ciclista combativo, de equipa, e está a finalizar com os melhores. Após o nono na etapa 13 e do sétimo na tirada 16, na etapa 19 o gaiense de 24 anos conseguiu o primeiro pódio World Tour. Pelas lágrimas e palavras no final, o ganhador Rui estava devastado pelo segundo lugar, ainda que não tenha de estar: integrou a fuga certa e, nos últimos 900 metros, escolheu a roda certa, a de Magnus Cort. O corredor da EF teve o colega Craddock a ajudá-lo na fuga e lançou-o da forma mais correta. Rui seguiu o imparável dinamarquês, avançou pela sua esquerda e ficou perto de ultrapassá-lo para vencer pela primeira vez com a camisola da UAE no estrangeiro – ganhou a Prova de Abertura em Portugal em 2019. Faltaram-lhe 100 metros e Cort somou a terceira vitória nesta Vuelta, a sua melhor prova de sempre. A 18 segundos chegou o pelotão, já sem Jakobsen (Deceuninck), que é o vencedor virtual da camisola dos pontos graças às três vitórias de tirada. Cort também igualou o tri de Roglic (Jumbo), que hoje tem as últimas quatro montanhas, até Mos, na Galiza, para segurar uma liderança confortável.
“Parece um sonho. Não quero acordar”
Magnus Cort
Ciclista da EF “Não sei o que dizer ou sentir. É difícil processar, mas estou orgulhoso do que fiz”
Rui Oliveira
Ciclista da UAE Emirates