O Jogo

A frustração de ser segundo

Rui Oliveira faz tudo bem, fica perto da primeira vitória internacio­nal na estrada e o pódio sabe a pouco

- FREDERICO BÁRTOLO

A colocação do gaiense na roda de Magnus Cort (EF) foi imperial, só que o dinamarquê­s está numa forma superlativ­a e somou a terceira vitória na Volta a Espanha, tantas quantas Roglic e Jakobsen

Em dois anos e meio na UAE Emirates e antes da Volta a Espanha, Rui Oliveira esteve dez vezes no top-10 de etapas. Na segunda Grande Volta da carreira está a mostrar-se mais do que um ciclista combativo, de equipa, e está a finalizar com os melhores. Após o nono na etapa 13 e do sétimo na tirada 16, na etapa 19 o gaiense de 24 anos conseguiu o primeiro pódio World Tour. Pelas lágrimas e palavras no final, o ganhador Rui estava devastado pelo segundo lugar, ainda que não tenha de estar: integrou a fuga certa e, nos últimos 900 metros, escolheu a roda certa, a de Magnus Cort. O corredor da EF teve o colega Craddock a ajudá-lo na fuga e lançou-o da forma mais correta. Rui seguiu o imparável dinamarquê­s, avançou pela sua esquerda e ficou perto de ultrapassá-lo para vencer pela primeira vez com a camisola da UAE no estrangeir­o – ganhou a Prova de Abertura em Portugal em 2019. Faltaram-lhe 100 metros e Cort somou a terceira vitória nesta Vuelta, a sua melhor prova de sempre. A 18 segundos chegou o pelotão, já sem Jakobsen (Deceuninck), que é o vencedor virtual da camisola dos pontos graças às três vitórias de tirada. Cort também igualou o tri de Roglic (Jumbo), que hoje tem as últimas quatro montanhas, até Mos, na Galiza, para segurar uma liderança confortáve­l.

“Parece um sonho. Não quero acordar”

Magnus Cort

Ciclista da EF “Não sei o que dizer ou sentir. É difícil processar, mas estou orgulhoso do que fiz”

Rui Oliveira

Ciclista da UAE Emirates

 ??  ?? Rui fez o terceiro top-10 nesta Vuelta e foi consolado
Rui fez o terceiro top-10 nesta Vuelta e foi consolado

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal