O Jogo

Só FC Porto e Benfica invadem mais a área

Minhotos situam-se entre as equipas com maior profundida­de no ataque, rematando ainda em grande número. Têm sido penalizado­s, porém, por demasiada pólvora seca

- PEDRO ROCHA

A consistênc­ia defensiva tem sido, para já, a principal virtude do novo Vitória, moldado por Pepa. Os golos só apareceram frente ao Vizela, mas esse problema não se deve a um ataque constrangi­do

Melhorando na finalizaçã­o, o Vitória de Guimarães poderá tornar-se um caso sério neste campeonato. É para aí que apontam os números referentes às primeiras quatro jornadas, com os minhotos a intrometer­em-se entre as equipas que mais vezes exploram o ataque. Segundo dados do site especializ­ado Instat, a equipa comandada por Pepa partilha o segundo lugar com o Sporting no ranking das formações que mais vezes entram, por jogo, na área do adversário - 17 -, sendo os melhores neste capítulo FC Porto e Benfica, com uma média de 22 penetraçõe­s. Este é o lado B do Vitória trabalhado nesta época por Pepa, que, para já, brilha especialme­nte pela consistênc­ia defensiva, como espelha o único golo que consentiu, frente ao Portimonen­se, logo na ronda inaugural da Liga Bwin, marcada por uma derrota fora de casa.

A partir daí, assistiu-se a um Vitória tão seguro na retaguarda como ambicioso nas manobras ofensivas, com uma média de 15 remates por jogo, tal como o Benfica e o Braga. Na liderança das equipas que mais vezes disparam está o FC Porto, à distância de apenas mais um remate, mas ainda há um fosso consideráv­el a separar a equipa vimaranens­e dos azuis e brancos, Sporting e Benfica e até do eterno rival do Minho. O Vitória leva apenas quatro golos, todos obtidos, por sinal, na receção ao Vizela (4-0), enquanto Benfica, Sporting e FC Porto já fizeram abanar as redes em oito ocasiões e o Braga em seis, ficando em branco precisamen­te no dérbi minhoto (0-0), na última jornada. A reduzida eficácia do Vitória dá que pensar e torna-se ainda mais estranha se for comparada com o acerto do Estoril, o atual quatro classifica­do, em igualdade pontual com Sporting (segundo) e FC Porto (terceiro), que, com uma média de apenas nove disparos por jogo, já soma oito golos marcados. Sem fazer drama do caso nas duas primeiras jornadas (ambas sem remates certeiros), até porque antes a equipa já havia apontado cinco golos em dois jogos da Taça da Liga (frente a Leixões e Casa Pia), Pepa nunca deixou de se preocupar com a baixa eficácia da equipa e quase suspirou de alívio quando surgiram os primeiros golos no campeonato, numa partida disputada no Estádio D. Afonso Henriques. “A verdade é que a diferença aqui [do jogo com o Vizela para os outros] foram os golos. Quem viu as duas primeiras partidas do Vitória, viu uma equipa com muitos remates e cantos. Aqui, o diferente foi o golo. Construímo­s muitas jogadas bonitas. Tivemos muito caudal ofensivo. Sentimos um calafrio no golo anulado, porque estávamos muito por cima. Ao fim e ao cabo, este é o caminho que temos traçado desde o início. A segunda parte foi fantástica, foi avassalado­ra mesmo”, afirmou, então. Cristiano Ronaldo disse, um dia, que “os golos são como o ketchup”, sucedem-se depois da explosão; as próximas partidas mostrarão se o Vitória já atingiu essa fase.

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Marcus Edwards diante do guarda-redes do Leixões: na Taça da Liga, o ataque vimaranens­e fluiu

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