Europeu abre muito plano
Portugal está em Itália com ambições, mas os “cronos” têm um percurso desanimador para Almeida
Trento recebe, entre hoje e domingo, um Europeu com estrelas como nunca se viu. Seleção Nacional espera discutir várias provas, mas ficou desiludida com as de contrarrelógio, feitas para roladores
Os juniores António Morgado e Gonçalo Tavares vão abrir hoje a presença portuguesa no Campeonato da Europa de ciclismo, mas será amanhã, com João Almeida e Rafael Reis no contrarrelógio de elite, que a temperatura começará a subir. Como rivais terão Stefan Kung, Rémi Cavagna, Remco Evenepoel e Kasper Asgreen, todos medalhados nas duas edições anteriores, mas também Filippo Ganna e Tadej Pogacar, favoritos numa competição que durante muitos anos foi relegada para segundo plano.
Se o contrarrelógio de Trento foi feito à medida de Ganna, com 22,5 quilómetros a rolar – “É muito rápido e favorece os mais pesados. Sendo muito plano, não tem zonas para descanso. Vai ser preciso gerir muito bem o esforço”, explicou João Almeida, que aponta ao top 10 –, a corrida de fundo, no domingo, terá uma dura subida a Candriai, aos 61,5 km, e depois oito passagens no Povo, rampa de 3,6 km inclinada a 4,7%. A dificuldade deste Europeu, que em anos anteriores foi sempre discutido entre sprinters, e a proximidade do Mundial, que dentro de duas semanas se realizará na Bélgica, levou a maioria das estrelas a Itália. No domingo, será necessário acrescentar Primoz Roglic e Diego Ulissi à lista de candidatos, enquanto Portugal terá ainda Rui Costa, Rúben Guerreiro, Nélson Oliveira e Rui Oliveira, numa das suas formações mais fortes de sempre.
Hoje, e embora António Morgado seja já um dos juniores mais cobiçados por equipas internacionais, o selecionador José Poeira não quer criar expectativas: “São excelentes corredores, mas dois juniores de primeiro ano, não lhes colocamos a pressão de lutarem por um lugar”. Morgado, sabendo que tem “de gerir o esforço num percurso plano”, ficaria “satisfeito com um top 20”.
“Demos três voltas ao percurso. Será um contrarrelógio muito rápido”
Rafael Reis
Efapel