O Jogo

Paços-Braga vai ter um árbitro francês

Ao abrigo de um protocolo com a Federação Francesa, Willy Delajod estará na Capital do Móvel e Luís Godinho arbitrará o Bordéus-Lens

- TOMAZ ANDRADE

Em abril foi celebrado um protocolo entre as federações portuguesa e francesa para a aquisição de experiênci­a internacio­nal e evolução da arbitragem e a medida vai passar à prática já neste fim-de-semana

O jogo entre o Paços de Ferreira e o Braga, no sábado, relativo à quinta jornada da Liga Bwin, vai ter uma equipa de arbitragem francesa. O Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol anunciou, ontem, que Willy Delajod será o árbitro do encontro, assistido pelos compatriot­as Banjamin Pages e Phillippe Jeanne, ficando Eric Wattelier como VAR. Só haverá dois portuguese­s na equipa: João Gonçalves será o quarto árbitro e Alexandre Castro o assistente do VAR.

A escolha de um juiz francês insere-se num protocolo de intercâmbi­o de árbitros entre Portugal e França, celebrado em abril entre as duas federações, tendo em vista a aquisição de experiênci­a internacio­nal e a evolução do setor nos dois países. Desta forma, o Conselho de Arbitragem da Federação nomeou Luís Godinho para arbitrar o jogo entre o Bordéus e o Lens, no domingo, relativo à quinta jornada do campeonato principal francês. Rui Teixeira e Bruno Jesus vão ser os assistente­s, enquanto Bruno Esteves estará no VAR e Miguel Nogueira no AVAR.

Sendo a arbitragem amplamente discutida em Portugal e fonte de muitas das polémicas existentes entre os clubes, a decisão de o Conselho de Arbitragem nomear um árbitro francês tem, naturalmen­te, uma intenção estratégic­a e um cariz pedagógico, no sentido de tentar reduzir o ruído à volta do sector. O protocolo com a Federação Francesa de Futebol foi criado com esse objetivo e, embora sujeito a avaliação permanente, durante esta temporada haverá mais nomeações de árbitros franceses, da mesma forma que os portuguese­s farão o trajeto inverso.

A medida não é nova no panorama europeu e desde há muitos anos que o campeonato grego, tradiciona­lmente propício a polémicas, recebe árbitros estrangeir­os, incluindo portuguese­s, havendo relatos de sucesso quanto à estratégia seguida. Ainda assim, já houve problemas com juízes estrangeir­os naquele país, tal como se verificou em março de 2020, quando o assistente Rui Licínio, da equipa de Artur Soares Dias, foi apertado ao intervalo pelo presidente do AEK. A equipa de arbitragem portuguesa esteve retida durante largos minutos no balneário.

Até ontem não foi conhecida qualquer posição por parte da APAF em relação à escolha de um árbitro estrangeir­o para dirigir o jogo entre o Paços de Ferreira e o Braga, mas na altura do anúncio da medida Luciano Gonçalves manifestou indignação. “O intercâmbi­o de formação pode fazer sentido, mas só na formação. Mais do que isso é desvaloriz­ar os nossos árbitros e competiçõe­s. Vamos aguardar para perceber a dimensão e intenção deste protocolo, pois temos a certeza de que o presidente do CA não aceitará que possa ser passado um atestado de incompetên­cia aos nossos árbitros”, disse na altura o líder da APAF.

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O primeiro, e para já único, vermelho mostrado por Delajod na presente Ligue 1 foi a um jogador do Estrasburg­o

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