O Jogo

Milhões para Vieira antes da ida a Kiev

Informação enviada pelo ex-presidente sobre a proposta de venda das suas ações deverá ser discutida pela Direção na próxima segunda-feira

- VÍTOR RODRIGUES MARCO GONÇALVES

Investidor paga ao anterior líder das águias 5,9 milhões de euros, mas o clube tem direito de preferênci­a e será esta decisão que terá de ser tomada, sendo certo que as opiniões internas dividem-se nesta altura

Há no seio encarnado quem concorde com a compra das ações que Luís Filipe Vieira se prepara para vender a um investidor, num negócio que ronda os 5,9 milhões de euros, mas O JOGO apurou que as vozes discordant­es poderão sobrepor-se já na próxima segunda feira. Na véspera do jogo em Kiev, com o Dínamo, que marca o arranque da fase de grupos da Liga dos Campeões, os milhões a canalizar ou não para a conta bancária do anterior presidente serão alvo de discussão na Luz, em reunião de Direção.

Um dos temas em cima da mesa será a aprovação do regulament­o eleitoral para as eleições de dia 9 de outubro, mas o prato forte do encontro diretivo será mesmo a análise à informação que chegou ao clube e a SAD posteriorm­ente difundiu num comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliário­s. Um investidor, presume-se que o americano John Textor, ofereceu a Vieira cerca de 5,9 milhões de euros pelos 3,28% do capital da sociedade encarnada que tem na sua posse. Mediante decisão do anterior líder lavrada em ata, o Benfica tem direito de preferênci­a na compra das ações, caso decida igualar a oferta, sendo o dia 15 deste mês a data limite para a exercer.

Mesmo estando demissioná­ria, como forma de provocar o agendament­o de eleições antecipada­s, a Direção agora presidida por Rui Costa terá competênci­a para tomar a decisão sobre pagar a Luís Filipe Vieira os referidos milhões e, com isso, reforçar os capitais na posse do clube ou, em sentido contrário, evitar este investimen­to e deixar o processo de venda seguir os trâmites normais. Esta opção estará nesta fase a ganhar mais força internamen­te, mas há informaçõe­s que ainda podem ter alguma influência na decisão e que já foram pedidas a Luís Filipe Vieira, nomeadamen­te a identidade do investidor e os termos concretos da oferta.

Do lado de fora do clube, o movimento Servir o Benfica foi o primeiro a pronunciar­se sobre o tema e a solicitar a Rui Costa que não compre as ações. “O Sport Lisboa e Benfica (o Clube) é o maior acionista da Benfica SAD, controland­o 63,65% do seu capital social, pelo que uma participaç­ão adicional de 3,28% nada acrescenta ao Clube em termos de controlo estratégic­o da sua principal atividade, o futebol profission­al. Por outro lado, o preço proposto pelo Sr. Luís Filipe Vieira é 80% acima do valor das ações em bolsa”, pode ler-se em comunicado, devendo hoje outros quadrantes benfiquist­as, como o candidato vencido nas últimas eleições Noronha Lopes e o movimento Benfica Bem Maior, liderado por João Braz Frade, seguir o mesmo caminho.

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Luís Filipe Vieira, anterior presidente do Benfica, detém 3,28% das ações da SAD

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