O Jogo

“É um privilégio ter chegado a este patamar”

Em criança não gostava de brincar com bonecas e foi no futebol que encontrou a grande paixão

- FILIPA MESQUITA

Neste defeso, a médio, de 23 anos, trocou o Clube Albergaria pelo Torreense, mas acredita que é no novo clube que pode encontrar as condições necessária­s para jogar futebol “ao mais alto nível”

●●●Já fez parte das eleitas para a Seleção Nacional B, mas é à equipa principal que ambiciona chegar. Rita Coutinho sabe que é difícil, mas mantém o sonho vivo.

Ao fim de três anos no Clube Albergaria, surgiu a proposta do Torreense. Quais são as expectativ­as?

— As expectativ­as são altas, a nível coletivo vamos entrar em todos os jogos para ganhar. Queremos ficar entre as quatro primeiras na primeira fase. Vamos trabalhar jogo a jogo sempre com o objetivo de dar o melhor, mostrar a nossa qualidade, desfrutar do jogo e dar tudo para o vencer. A nível individual quero evoluir e tornar-me uma jogadora melhor, mais completa e poder ajudar com golos e assistênci­as.

Na última temporada, pelo Clube Albergaria, foi uma das jogadoras que mais se destacou, acredita que esse rendimento foi decisivo para esta mudança?

Penso que não foi só na época anterior, mas o trabalho que tenho vindo a desenvolve­r ao longo destes anos, todo o meu esforço e ambição em querer ser melhor. De facto, é um privilégio ter chegado a este patamar e poder representa­r o Torreense na Liga BPI. É um momento especial na carreira?

— Sim, esta vai ser uma época bem diferente das anteriores, vou estar totalmente focada no futebol, pois terminei os meus estudos em Educação Básica. Sabendo da realidade do futebol feminino, quis ter um plano B. O Torreense é um clube que tem um projeto forte no futebol feminino e vai proporcion­ar-me as condições necessária­s para estar ao mais alto nível.

Quais as expectativ­as para esta nova temporada? — Espero que seja uma temporada muito competitiv­a. Temos uma equipa técnica muito competente e um plantel com qualidade e muita vontade de ganhar. Já foi chamada à seleção B, o desejo agora é garantir um lugar na equipa principal? Seria um sonho? — Chegar à seleção principal é um dos grandes objetivos que tenho desde criança, é um patamar muito difícil de alcançar mas é bom ter desafios exigentes e uma linha orientador­a.

Voltando às origens, como

surgiu esta paixão?

A paixão pelo futebol surgiu em pequenina, nunca fui muito de brincar com bonecas, preferia uma bola. O meu pai também foi um grande im

“O Torreense é um clube que tem um projeto forte no futebol feminino”

Rita Coutinho

Médio do Torreense

pulsionado­r por esta paixão. Sempre me apoiou e está sempre presente, desde pequena até aos dias de hoje, em que vê os jogos.

Em algum momento houve alguma situação que a fez ponderar desistir?

— Sim, já passei por momentos menos bons, de frustração, momentos que estive em baixo, desanimada e sem motivação. Mas tenho um suporte familiar muito bom, são fundamenta­is para a minha estabilida­de emocional. Considero que os momentos maus são dolorosos, mas fazem-nos crescer e aprender. Temos de ter uma mentalidad­e forte.

Ser mulher no futebol, ainda é um problema nos dias de hoje?

— Neste momento, infelizmen­te, ainda não nos podemos comparar aos homens. Apesar da caminhada ainda ser longa, acho que aos poucos estamos a conquistar o nosso lugar, com trabalho, qualidade e dedicação.

RITA COUTINHO

“As expectativ­as são altas, a nível coletivo vamos entrar em todos os jogos para ganhar. Queremos ficar entre as quatro primeiras equipas na primeira fase”

“Quero evoluir e ajudar a equipa com golos e assistênci­as”

“Chegar à Seleção A é um dos grandes objetivos que tenho desde criança. É um patamar muito difícil de alcançar”

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