“Não somos favoritos, mas temos de ganhar”
Técnico reparte em metades iguais as chances de vitória no clássico, realçando a crença do campeão nacional
Sem Pote, espera que outros assumam o poder na finalização. Espera o “sacrifício” de Coates e vinca a importância do central na manobra da equipa. Neto entra para o onze e tem confiança total
Empatado com o FC Porto na tabela, Rúben Amorim considera que a vitória no clássico pode cair para qualquer lado, porém não tem pejo de puxar dos galões de campeão nacional e admitir que os leões têm de procurar os três pontos e precisam deles.
Face a tantas lesões, foi o jogo mais difícil de preparar desde que é treinador do Sporting?
—Não foi o jogo mais difícil de preparar... Quando chegámos até juvenis tivemos de pôr a jogar. São lesões e essas dão-nos dores de cabeça, sim, mas precisamos de oportunidades para ver outros jogadores e vamos a jogo. Estão todos preparados. Temos lesões, mas o FC Porto, por sua vez, saiu mais prejudicado em termos de viagens. Isso foi muito focado esta semana. Foram prejudicados por terem alguns jogadores a alinhar em encontros das seleções bem perto deste jogo connosco. Até se contaram os quilómetros das viagens...
Concorda com Sérgio Conceição, por considerar que o clássico deveria ter sido adiado?
—Sou da mesma opinião, sim. Já o selecionador [Fernando Santos] o disse. Não faz sentido esta situação. As seleções querem os melhores jogadores, mas não é justo que os clubespercamjogadoresparapartidas importantes. Teremos de arranjar soluções. Isso e o facto de termos um plantel curto não muda a responsabilidade. Sou eu o responsável pelas escolhas e por termos este projeto. Independentemente disso temos de ganhar o jogo. Se não ganharmos a responsabilidade que nos será atribuída será a mesma à de termos um plantel de craques. A responsabilidade está cá sempre.
Olhando para o facto de o FC Porto ter tido vários internacionais nas seleções e pelo título de 2020/21, considera o Sporting favorito?
—Diria que será 50-50. O FC Porto fez mais quilómetros, saiu prejudicado pela seleção. Nós tivemos 12 ou 13 jogadores [do plantel principal] para treinar e fizemos bons treinos. Posso dizer que estamos preparados para o jogo, mas isso não nos dá favoritismo. É 5050. Nem sempre quem está melhor ganha, isso já nos aconteceu com o FC Porto. É preciso ter a estrelinha.
Ter um plantel curto e haver a necessidade de rodar também obriga o
treinador a adaptar-se?
—Temos de tentar conseguir recuperar jogadores e vamos ter mudar alguns consoante as competições. O treinador tem de se habituar a isto, os jogadores também. Haverá mais oportunidades para todos e vamos dar continuidade ao trajeto e a ver miúdos.
O que muda na equipa por não ter o Pedro Gonçalves disponível?
—Preenchemos espaços com quem temos. Consoante o adversário mudamos algumas dinâmicas e o Pote tem tido uma grande influência. Tem feito muitos golos, mas estou confiante de que os golos vão aparecer por outros atletas. Muitos têm de aparecer nessa fase e estou confiante que a equipa vai conseguir lidar com a ausência do Pote.
O Coates tem jogado com dores, mas, sem o Gonçalo Inácio, é ainda mais impor
tante poder contar com o uruguaio...
—Ele tem tido sempre dificuldades desde que se lesionou no joelho e foi operado. Faz o sacrifício pela equipa e tenho a certeza de que o Coates vai conseguir estar bem e que vai jogar. É o central do meio, é muito importante nas bolas paradas e nos cruzamentos. Não é tanto por não estar o Gonçalo Inácio porque o Neto fez grande parte da época passada como titular e na defesa temos o Feddal também.