“NÃO FAZ SENTIDO TER UM JOGO NESTAS CONDIÇÕES”
SÉRGIO CONCEIÇÃO Eventual adiamento do clássico de hoje teria sido lógico, defende o técnico. Em relação ao Sporting, o FC Porto saiu “obviamente prejudicado” da pausa para jogos de seleções
Treinador do FC Porto fez as contas: os seus jogadores somaram mais minutos e quilómetros nas seleções. Uribe, Corona e Díaz só ontem se juntaram ao grupo, após uma preparação que “não foi normal”
Era certo que a antecâmara do Sporting-FC Porto ficaria sempre marcada pelo debate em redor do desgaste dos jogadores após os jogos de seleções. Sérgio Conceição frisou que os dragões estão em piores condições nesse capítulo, mas os que forem lançados terão os olhos na vitória, sem “lamúrias ou lamentações”. É o primeiro clássico da época, qual a importância de um jogo deste calibre?
—São sempre jogos importantes, chamados de jogos que valem seis pontos, porque servem par atirar três ao adversário. Gostaria de defrontar o atualcampeãon outras condições, ma sé oqueé. Temos que olhar para as soluções que temos dentro do grupo, apresentar uma equipa competitiva e tentar conseguir o melhor resultado possível, queéavitór ia.
Os dois clubes vão em circunstâncias iguais para o jogo? O FC Porto criticou algumas opções do selecionador...
—Não tenho de comentar as decisões do nosso sele cio na dor. Em relação ao queéadificuld ade da preparação do jogo, obviamente que saímos prejudicados. Temos mais mil e tal minutos de jogo do que o adversário, tendo em conta os jogadores das seleções. Temos mais de 200 mil quilómetros de viagens extra. Ouvi comentadores dizerem que estamos no início da época... É uma estupidez dizer isso. Estamos no início da época, mas a saúde dos jogadores está em causa. De madrugada estava o Luis Díaz a marcar um golo e vai juntar-se à equipa hoje [ontem], assim como o Uribe e o próprio Corona. Preparar um jogo dentro destas condições, onde passo uma semana e meia com 13 jogadores, não é, de todo, normal. Estamos habituados a fornecer seleções, mas não é normal a calendarização e aquilo que fazem para que os jogadores se apresentem nestas condições à hora do jogo.
Face às circunstâncias, fazia sentido adiar o jogo com o Sporting?
—É fácil de responder. É lógico. Não há outra resposta que possa dar. Não faz sentido fazer um jogo de campeonato nestas condições.
Depois de uma preparação atribulada, como é que se prepara o melhor onze para um jogo destes?
—Não é fácil. Há várias formas de trabalhar a equipa, com imagens, com vídeos, com a análise dentro do balneário, mas não há nada como o treino em campo. Temos três jogadores[Uribe,CoronaeDíaz] que quase entram no grupo no dia do jogo. É difícil, complicado, mas não podemos agarrarnos exclusivamente a isso. O que podemos fazer para ganhar o jogo? Trabalhar as soluções que temos no plantel. Vamos perceber se os jogadores que chegam agora estão em condições e, a partir daí, construir a equipa para tentar ganhar o jogo. Sem lamúrias e lamentações. Depois do jogo não me vão ouvir a falar mais disso.
O Sporting teve vários jogadores dispensados das seleções. Consegue antever o onze do rival?
—Não conheço a condição desses jogadores. Se não estiveram nas seleções é porque não podiam mesmo. Acredito naquilo que é a verdade dos jogadores. Se os que, normalmente, são titulares estiverem em condições, vão jogar. O mercado fechou e o Sporting teve uma ou outra entrada de qualidade, mas isso são estratégias que dizem respeito ao treinador do Sporting.
“Obviamente que saímos prejudicados [em relação ao Sporting]. Temos mais mil e tal minutos de jogo e 200 mil quilómetros de viagens extra”
“De madrugada estava o Luis Díaz a marcar um golo. Esta preparação não foi, de todo, normal”