O Jogo

Depois da ignição vão de ter contar connosco

- Miguel Pedro

1 Fechado que está o mercado de agosto, pode ser feito um balanço muito geral das entradas e saídas no plantel bracarense. Parece ser opinião unânime que está hoje mais forte e equilibrad­o do que quando a época começou. Não falo só no saldo entre quem entrou e quem saiu (até porque nem está em causa a qualidade individual dos jogadores, mas sim o enquadrame­nto no coletivo), mas também na circunstân­cia de termos, agora, jogadores recuperado­s (que estavam ausentes por lesão, quando a época oficial começou), e que dão a Carvalhal mais soluções para o que se avizinha. E o que aí vem é – esperamos todos – uma época exigente, a lutar em todas as frentes até ao final, à semelhança da temporada passada. O reforço do setor defensivo com Diogo Leite, a entrada de um lateral com propensões ofensivas como Yan Couto e a disponibil­idade de um criativo experiente, como Chiquinho, são soluções que agradariam a qualquer treinador. Se a isto juntarmos a recuperaçã­o de Francisco Moura, de Iuri Medeiros, ou de Castro, teremos a fundada esperança de que o desgaste de uma época longa e combativa seja menos sentido do que foi na época passada, principalm­ente no campeonato, que é uma prova de longa duração. É caso para afirmarmos: “Vão ter que contar connosco”.

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O jogo de ontem, contra o Paços de Ferreira, pode ser motivo de alguma preocupaçã­o. O Braga tem, segurament­e, melhor plantel que os pacenses, mas o certo é que, ao longo do encontro, nunca conseguiu estabiliza­r o seu jogo, principalm­ente no que concerne à recuperaçã­o e reação à perda de bola e à circunstân­cia de lidar com a pressão da equipa contrária. A qualidade do plantel foi abafada pela agressivid­ade do adversário e isso é algo que não pode acontecer. Ou melhor, não poderá acontecer muitas vezes. Termos um bom plantel significa que teremos maior chances de ganhar muitos mais jogos do que os que iremos perder ou empatar. Mas chegarmos à quinta jornada com apenas oito pontos não é propriamen­te animador. É certo que as coisas ainda estão no início, mas a perda de pontos com adversário­s menos qualificad­os diminui a margem de erro, aumentando, por isso, os níveis de ansiedade da equipa e dos adeptos.

Aliás, principalm­ente na fase final do jogo, altura em

Ontem, a qualidade do plantel foi abafada pela agressivid­ade do adversário e isso é algo que não pode acontecer

que o Braga conseguiu alguma superiorid­ade – ainda que de forma algo trapalhona – os sucessivos erros de finalizaçã­o e de definição do melhor critério para fazer o golo são já indício de alguma ansiedade. Exige-se, agora, uma reação mais positiva e assertiva, já no próximo jogo europeu, pois estamos certos que temos equipa (jogadores e técnicos) bem capazes e competente­s para fazermos melhor e encontrarm­os, de novo, a centelha e a chama que permitam a ignição do motor para arrancarmo­s, a alta velocidade, para os objetivos propostos.

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