Depois da ignição vão de ter contar connosco
1 Fechado que está o mercado de agosto, pode ser feito um balanço muito geral das entradas e saídas no plantel bracarense. Parece ser opinião unânime que está hoje mais forte e equilibrado do que quando a época começou. Não falo só no saldo entre quem entrou e quem saiu (até porque nem está em causa a qualidade individual dos jogadores, mas sim o enquadramento no coletivo), mas também na circunstância de termos, agora, jogadores recuperados (que estavam ausentes por lesão, quando a época oficial começou), e que dão a Carvalhal mais soluções para o que se avizinha. E o que aí vem é – esperamos todos – uma época exigente, a lutar em todas as frentes até ao final, à semelhança da temporada passada. O reforço do setor defensivo com Diogo Leite, a entrada de um lateral com propensões ofensivas como Yan Couto e a disponibilidade de um criativo experiente, como Chiquinho, são soluções que agradariam a qualquer treinador. Se a isto juntarmos a recuperação de Francisco Moura, de Iuri Medeiros, ou de Castro, teremos a fundada esperança de que o desgaste de uma época longa e combativa seja menos sentido do que foi na época passada, principalmente no campeonato, que é uma prova de longa duração. É caso para afirmarmos: “Vão ter que contar connosco”.
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O jogo de ontem, contra o Paços de Ferreira, pode ser motivo de alguma preocupação. O Braga tem, seguramente, melhor plantel que os pacenses, mas o certo é que, ao longo do encontro, nunca conseguiu estabilizar o seu jogo, principalmente no que concerne à recuperação e reação à perda de bola e à circunstância de lidar com a pressão da equipa contrária. A qualidade do plantel foi abafada pela agressividade do adversário e isso é algo que não pode acontecer. Ou melhor, não poderá acontecer muitas vezes. Termos um bom plantel significa que teremos maior chances de ganhar muitos mais jogos do que os que iremos perder ou empatar. Mas chegarmos à quinta jornada com apenas oito pontos não é propriamente animador. É certo que as coisas ainda estão no início, mas a perda de pontos com adversários menos qualificados diminui a margem de erro, aumentando, por isso, os níveis de ansiedade da equipa e dos adeptos.
Aliás, principalmente na fase final do jogo, altura em
Ontem, a qualidade do plantel foi abafada pela agressividade do adversário e isso é algo que não pode acontecer
que o Braga conseguiu alguma superioridade – ainda que de forma algo trapalhona – os sucessivos erros de finalização e de definição do melhor critério para fazer o golo são já indício de alguma ansiedade. Exige-se, agora, uma reação mais positiva e assertiva, já no próximo jogo europeu, pois estamos certos que temos equipa (jogadores e técnicos) bem capazes e competentes para fazermos melhor e encontrarmos, de novo, a centelha e a chama que permitam a ignição do motor para arrancarmos, a alta velocidade, para os objetivos propostos.