O Jogo

EXPULSÕES, FESTIVAL E DRAMA

Vermelho a Alfa Semedo, aos 10’, e perda de consciênci­a de Rochinha, no choque com um adversário, em noite de emoções fortes

- Textos PEDRO ROCHA

Num jogo em que o árbitro Hélder Malheiro não teve dualidade de critérios nos cartões, o Vitória ficou reduzido a nove elementos aos 59 minutos e soube compensar a desvantage­m

De trambolhão em trambolhão, o Vitória de Guimarães meteu-seemvalent­esalhadas perante o Belenenses e, no entanto, ainda arranjou forma de dar a volta por cima. Ou quase, porque o empate não era claramente o resultado pretendido e os adeptos vimaranens­es tiveram essa perceção, premiando com palmas sem fim, cânticos e muita energia o esforço hercúleo dos jogadores, como se também eles estivessem metidos numa espécie de vórtice negativo. Num estalar de dedos, tudo descambou, de pouco valendo a entrada fortíssima da equipa comandada por Pepa, decidida a resolver o jogo rapidament­e. Embalada por esse desejo febril, atirou-se demais para a frente e abriu espaços desnecessá­rios na retaguarda, resultando dessa precipitaç­ão a expulsão de Alfa Semedo, logo aos dez minutos, na sequência de uma carga arriscada sobre Alisson Safira, mesmo à entrada da área.

A partir daí, sem tempo para grandes reflexões, o Vitória teve de reformular planos e disfarçar, na medida do possível, a desvantage­m numérica. E essa até foi a fase mais agradável de uma noite manifestam­ente crítica, porque o Belenenses demorou algum tempo a sair do torpor inicial, como se não acreditass­e que o rumo do jogo estava a seu favor. Com Quaresma e Edwards ainda bem frescos e a destilarem veneno, o Vitória ainda carregou forte no ataque durante mais de meia hora e Estupiñan, num desvio de cabeça, acertaria na barra. Faltava, porém, sangue frio, e tudo se complicou no segundo tempo, após a expulsão, por acumulação de amarelos, de Borevkovic, numa altura em que o árbitro Hélder Malheiro já era tudo menos uma personagem consensual pela forma desequilib­rada como mostrava cartões. O pior da noite estava guardado para perto do fim: no calor da luta, Rochinha caiu inanimado e ainda se temeu o pior, esvaziando quase todo o interesse dos restantes minutos.

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André André protege a bola de Afonso Sousa. O Vitória meteu corpo e alma no jogo com o Belenenses

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