Consenso em defesa do Futebol
A FIFA acredita que uma das soluções para o futuro do futebol Mundial passa por adensar ainda mais o calendário internacional
A ntes de mais, começo por agradecer ao jornal O Jogo a oportunidade de poder partilhar com os seus leitores a minha visão sobre a indústria do Futebol. Esta crónica será um espaço, com o compromisso assumido de, acima de tudo, defender sempre os interesses do Futebol Profissional e explorar aquilo que penso ser os melhores caminhos a trilhar para o seu sucesso Futuro. Com este propósito, nada melhor que dar o pontapé de saída com um tema incontornável da atualidade e que tem marcado a agenda do Futebol a nível mundial: os calendários internacionais e a possibilidade de realização do Campeonato do Mundo de dois em dois anos. Felizmente este assunto tem, ao longo dos últimos meses, merecido frontal oposição por parte de grande parte do ecossistema do Futebol europeu, com as suas instituições (European Leagues, ECA, FIFPro e UEFA) e protagonistas (clubes, jogadores, treinadores e adeptos) a demonstrarem, sustentada e recorrentemente o seu desacordo à implementação destes novos modelos competitivos.
Esta oposição espontânea dos principais intervenientes é de algum modo natural, uma vez que se apresenta como evidente que qualquer alteração com o intuito de mudar, um já tão frágil equilíbrio como o que existe nos calendários internacionais, necessita obviamente de enorme reflexão e envolvimento de todos os intervenientes. As propostas que têm vindo a público, a ninguém parecem agradar e a este respeito tem sido possível alcançar um importante consenso, que surpreende pela sua transversalidade e dimensão. Foi com este pano de fundo que se realizou nos passados dia 21 e 22 a Assembleia Geral da European Leagues, em Milão, e na qual a FIFA, através de Arsène Wenger, teve a oportunidade de explicar as suas intenções sobre este tema. Mais uma vez e de forma taxativa, as Ligas europeias presentes tiveram a oportunidade de reafirmar diretamente a sua oposição a estas alterações propostas e de voltar a evidenciar a necessidade imperativa de estudar com profundidade e rigor, todas as alterações que ponham em causa os modelos desportivos e económicos em vigor no futebol Europeu. Uma visão que, aparentemente, não é corroborada pela FIFA, que acredita que uma das soluções para o futuro do futebol Mundial passa por adensar ainda mais o calendário internacional, promovendo a realização dos Campeonatos do Mundo de dois em dois anos.