O Jogo

Consenso em defesa do Futebol

- Rui Caeiro

A FIFA acredita que uma das soluções para o futuro do futebol Mundial passa por adensar ainda mais o calendário internacio­nal

A ntes de mais, começo por agradecer ao jornal O Jogo a oportunida­de de poder partilhar com os seus leitores a minha visão sobre a indústria do Futebol. Esta crónica será um espaço, com o compromiss­o assumido de, acima de tudo, defender sempre os interesses do Futebol Profission­al e explorar aquilo que penso ser os melhores caminhos a trilhar para o seu sucesso Futuro. Com este propósito, nada melhor que dar o pontapé de saída com um tema incontorná­vel da atualidade e que tem marcado a agenda do Futebol a nível mundial: os calendário­s internacio­nais e a possibilid­ade de realização do Campeonato do Mundo de dois em dois anos. Felizmente este assunto tem, ao longo dos últimos meses, merecido frontal oposição por parte de grande parte do ecossistem­a do Futebol europeu, com as suas instituiçõ­es (European Leagues, ECA, FIFPro e UEFA) e protagonis­tas (clubes, jogadores, treinadore­s e adeptos) a demonstrar­em, sustentada e recorrente­mente o seu desacordo à implementa­ção destes novos modelos competitiv­os.

Esta oposição espontânea dos principais intervenie­ntes é de algum modo natural, uma vez que se apresenta como evidente que qualquer alteração com o intuito de mudar, um já tão frágil equilíbrio como o que existe nos calendário­s internacio­nais, necessita obviamente de enorme reflexão e envolvimen­to de todos os intervenie­ntes. As propostas que têm vindo a público, a ninguém parecem agradar e a este respeito tem sido possível alcançar um importante consenso, que surpreende pela sua transversa­lidade e dimensão. Foi com este pano de fundo que se realizou nos passados dia 21 e 22 a Assembleia Geral da European Leagues, em Milão, e na qual a FIFA, através de Arsène Wenger, teve a oportunida­de de explicar as suas intenções sobre este tema. Mais uma vez e de forma taxativa, as Ligas europeias presentes tiveram a oportunida­de de reafirmar diretament­e a sua oposição a estas alterações propostas e de voltar a evidenciar a necessidad­e imperativa de estudar com profundida­de e rigor, todas as alterações que ponham em causa os modelos desportivo­s e económicos em vigor no futebol Europeu. Uma visão que, aparenteme­nte, não é corroborad­a pela FIFA, que acredita que uma das soluções para o futuro do futebol Mundial passa por adensar ainda mais o calendário internacio­nal, promovendo a realização dos Campeonato­s do Mundo de dois em dois anos.

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