O Jogo

Do inferno ao céu foram três anos

Em 2018/19, o clube marcava passo no Campeonato de Portugal. Hoje, celebra a qualificaç­ão para a Conference League

- PEDRO GRANJA

Em maio de 2019 o clube de Barcelos terminava a participaç­ão no terceiro escalão do futebol nacional. Três anos depois, garantiu a primeira presença europeia, com o quinto lugar na Liga Bwin.

Foi precisamen­te ontem, dia 11 de Maio, que se completara­m três anos desde o fim da travessia no deserto imposto ao Gil Vicente no “caso Mateus”, ou seja, desde o último jogo no Campeonato de Portugal, uma vitória contra o Limianos, por 5-0, num Estádio Cidade de Barcelos com as bancadas vazias, num retrato daquela que foi uma época penosa a marcar passo no terceiro escalão do futebol nacional.De2019para­cá,com a reintegraç­ão administra­tiva no escalão principal, no âmbito de um processo que remonta a 2006 e, apesar das sucessivas vitórias nos tribunais, colocou em risco a sobrevivên­cia de um clube que já nem sequer tinha os seus adeptos a ir aos jogos em casa, a performanc­e dentro das quatro linhas foi surpreende­nte, culminando, no domingo, na confirmaçã­o do quinto lugar e a inédita qualificaç­ão para a Conference League, com uma celebração popular à altura da proeza.

Do inferno ao céu da Europa foram três anos. Numa análise ao passado recente, António Fiusa, o antecessor do atual presidente, Francisco Dias da Silva, e o principal rosto da luta no “caso Mateus”, afirmou a O JOGO, que, se não fosse a decisão administra­tiva que colocou o Gil Vicente na segunda divisão, em 2006, todo o caminho teria sido diferente e esta alegria até poderia ter sido festejada antes. “Há muito que andávamos a morder os calcanhare­s do Guimarães e do Braga. Com a dinâmica que tínhamos na altura, recordo que no último jogo dessecampe­onato,emqueganhá­mos ao Belenenses, o estádio estava completame­nte cheio… e tínhamos também uma multidão que ficou à porta do estádio. Aliás, nesse ano, garantimos a permanênci­a em campo e o Guimarães desceu”, recordou o dirigente que conduziu a luta na Justiça. Para o homem que presidiu ao

“Sem o caso Mateus, há muito que andávamos a morder os calcanhare­s do Guimarães e do Braga”

António Fiusa clube durante 14 anos e abandonou a liderança em 2017, “a atual Direção está a fazer um bom trabalho, isso é inegável”, elogiou, animado pelo que se vive dentro e fora das quatro linhas: “Foram três épocas bastante regulares, para o contexto que passámos, e, principalm­ente este ano, contratara­m bons jogadores e têm um bom treinador. Aliás, toda a estrutura está de parabéns e espero que assim continue, tal como o regresso dos nossos adeptos, que são sempre importante­s”.

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