Seleção constrói muralha de tijolo
A eliminatória da Taça Davis entre Portugal e Brasil continua a ser preparada ao detalhe e a superfície aponta para a terra batida
A quatro meses da mais entusiasmante das 60 rondas da Davis Cup disputadas por cá, decorre a consulta aos jogadores na escolha das condições de jogo e a partir daí será encontrado o local.
Cumpridos cinco meses da temporada, nunca o ténis português teve tanto destaque no circuito mundial. Um dos pontos altos da época será a receção ao Brasil, nos dias 16/17 ou 17/18 de setembro, e, para já, os nossos selecionáveis apresentam desempenhos de gabarito.
Quando, no final de março, se ficou a saber que Portugal e Brasil se defrontarão na eliminatória da Taça Davis que apura para o qualifying das Finals, Gastão Elias defendeu que, para além do “aproveitamento do fator casa”, o ideal será sempre “recorrer a um court de terra batida”. O número três português, casado com uma antiga jogadora brasileira e orientado por um treinador da mesma nacionalidade, explanou que “em singulares o Brasil sente mais dificuldades no pó de tijolo e é mais forte no hardcourt, graças aos especialistas em pares”.
Partindo do princípio que a explicação de Pepê vai ao encontro dos outros convocáveis, que seja a terra batida de novo a prometida, como se viu no triunfo sobre a Polónia, na última eliminatória, na Maia. Elias, mas também
“Falei com alguns jogadores, estamos a trabalhar nisso [escolha do piso] e em breve será definido”
Rui Machado
Selecionador Nacional
o líder João Sousa, bem como Nuno Borges e Francisco Cabral, estão na linha da frente para defenderem as cores nacionais e são os principais obreiros do sucesso no circuito nestes primeiros cinco meses. Sousa conquistou um título no ATP Tour, Elias dois no Challenger Tour, categoria na qual Borges ganhou uma final e perdeu outra, mas na parceria com Cabral soma quatro títulos seguidos: um na Liga 1 e três na Liga 2. Nesta, assinale-se a conquista de João Domingues no domingo passado, no Challenger da Baía. Conclusão: entre tanto sucesso, só o de João Sousa, na Índia, não foi num court de pó de tijolo.