O Jogo

Caso da garagem: “Não estive presente”

Sérgio Conceição refutou as infrações que lhe são imputadas pelo Comissão de Instrutore­s, nos incidentes do FC Porto-Sporting de fevereiro

- ANA LUÍSA MAGALHÃES

O treinador vinca que a acusação é “baseada no testemunho de cinco pessoas ligadas” aos leões e que “nenhum polícia, delegado e pessoa idónea” poderá sustentar a mesma tese.

Num tom bem mais sério, Sérgio Conceição comentou a acusação que lhe foi deduzida pela Comissão de Instrutore­s e submetida ao Conselho de Disciplina no caso da garagem do Dragão, na sequência dos incidentes após o FC Porto-Sporting de fevereiro e que envolveram Frederico Varandas, presidente dos leões. Vítor Baía, vicepresid­ente dos dragões, e Rui Cerqueira, assessor de Imprensa, também foram visados. “Perturba-me que se fale mais nestes episódios [a situação que houve nos festejos e nesta situação de possível confusão] do que na conquista de um título. Tenho muita dificuldad­e em falar porque não estive presente, pura e simplesmen­te. Estive dez segundos com o Rui [Cerqueira]. A zona entre os autocarros e o acesso à sala de imprensa fica a 15 metros do meu gabinete. Fui ver o que se passava e vi um aglomerado de pessoas. Não há nem pode haver um polícia, um delegado, uma imagem, nenhuma pessoa idónea que possa dizer que eu fiz isto ou aquilo, ou o que é relatado na acusação. Não há. A acusação é feita com base no testemunho de cinco pessoas ligadas ao Sporting. São fases do processo que também não entendo muito bem e não posso entrar por aí”, vincou o treinador, acusado de “lesão da honra e da reputação e denúncia caluniosa”.

Sobre o adepto assassinad­o na Alameda do Dragão, durante os festejos do título, o treinador alargou a análise a outras situações que o apoquentam. “Como pai de cinco filhos e olhando para o que foram os últimos anos, onde vi tanta gente partir, inclusivam­ente pessoas ligadas à minha família, devido a uma pandemia que não tem fim, olhando para a situação na Ucrânia, a mim tudo isso me preocupa”, enumerou, com a ressalva de “o FC Porto não tem responsabi­lidade” no que aconteceu no Dragão. “Esse episódio preocupa-me. Fico triste porque aconteceu num momento de festa de um clube que ganhou um título de campeão nacional. Como este episódio, infelizmen­te, há muitos outros”, fechou.

“Perturba-me que se fale mais nestes episódios do que na conquista do título”

Sérgio Conceição

Treinador do FC Porto

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Conceição abraça Rúben Amorim no final do jogo com o Sporting noDragão

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