O Jogo

Conceição “O espelho do nosso balneário”

MOMENTO Golo de Fernando Andrade emocionou o treinador, que diz “não ter feito mais do que a obrigação”

- FRANCISCO SEBE

O extremo, Cláudio Ramos, Meixedo e Semedo juntaram-se ao lote de campeões “porque mereceram”. Sérgio lembrou que “vários jogadores estavam na formação” até há pouco tempo.

Um golo que resume o espírito que habita o balneário do FC Porto. Foi assim que, minutos após o apito final da vitória sobre o Estoril, Sérgio Conceição descreveu o momento alto do último jogo dos dragões na Liga 2021/22: o golo marcado por Fernando Andrade. “Dedicação máxima, o espírito é fantástico. Espelha bem o que é o nosso balneário. Senti-me emocionado”, admitiu o treinador dos dragões, assegurand­o que os quatro novos campeões – Cláudio Ramos, Meixedo e Semedo, além do extremo brasileiro – tiveram minutos porque mereceram, frisando, novamente, que não dá “rebuçados e presentes a ninguém”. “Seria injusto para mim, depois de um ano em que toda a gente trabalhou da mesma forma, ter um jogador que estivesse connosco e não tivesse a oportunida­de de ser campeão. Foram campeões porque mereceram, foi um ano muito dedicado e mais difícil para estes quatro. O Fernando pela lesão grave que teve e os outros por serem sempre tão dedicados”, prosseguiu.

Mantendo a toada emocionada, o técnico também não esqueceu os falecidos pais. “Valeu a pena o imenso sacrifício que fizeram para me criar e educar, a mim e aos meus irmãos”, afirmou Conceição, que dedicou algumas palavras às famílias “de todos os que trabalhara­m pelo título” e à esposa: “Não sou fácil de aturar, é preciso alguém que tenha paciência e seja a rocha que aguenta um barco com tantos filhos, todos na mesma profissão, a viverem todos em casa o futebol de forma apaixonada. São os meus heróis”. Agora, as baterias estão viradas para a final da Taça. “Não podemos parar. Olhei para a equipa que me dava mais garantias para este jogo. Também claramente a pensar no jogo da final da Taça. Temos um título para conquistar numa competição que muito aprecio. Seria história conseguir duas dobradinha­s em pouco tempo”, sublinhou.

Sobre o triunfo de ontem, não se alongou em análises, frisando, no entanto, que houve “algumas situações em que a equipa não esteve tão bem, mas aceita-se”. “Muitos destes jogadores estavam há dois ou três anos na formação e hoje estão a ver este título mais do que merecido”, assinalou o treinador, entusiasma­do por poder celebrar em comunhão com os adeptos, o “condimento que faltou em 2020”. Em jeito de nota final, distribuiu os parabéns “por todos os que trabalham no Olival e aguentam a exigência, que não é fácil”. Sobre o trabalho que desenvolve­u ao longo da época, foi taxativo: “Não fiz mais do que a minha obrigação”, rematou, lembrando. Sobre o futuro voltou a lembrar que tem dois anos de contrato.

“Seria injusto, depois de um ano em que toda a gente trabalhou da mesma forma, que um jogador não fosse campeão”

“Valeu a pena o sacrifício que os meus pais fizeram para me educar”

“Título? Não fiz mais do que a minha obrigação”

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Um abraço emocionado de agradecime­nto entre FernandoAn­drade e Conceição

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