O Jogo

E UM DIA CAÍRAM MESMO

Habituado a viver à beira do abismo até ao último minuto da Liga, o Tondela esteve a vencer o Boavista, por duas vezes, deixou-se empatar e perdeu o lugar no play-off

- MÓNICA SANTOS

Aos saltos no fundo da tabela, a equipa que Nuno Campos herdou a oito jogos do fim foi igual a ela própria, quando tinha de ser um bocadinho melhor e desceu antes do Jamor.

Sete campeonato­s e muitos sobressalt­os depois, os deusesaban­donaramoTo­ndela e sem o Salvador a equipa de Nuno Campos cedeu a um Boavista que até a poupou à eficácia de Musa, goleador a caminho do Benfica. O Salvador de quem se fala é Agra, capitão e coração da casa. Foi ele quem abriu caminho à vantagem, por duas vezes, até não ter forças para mais. Quando saiu, aos 83 minutos, houve na bancada quem receasse o pior e Yusupha confirmou-o com o empate que validou a goleada do Moreirense ao Vizela: será um Tondela de segunda a disputar a final da Taça de Portugal, com o FC Porto. Instável como o dia de ontem - as equipas jogaram com chuva, trovoada e um calor sufocante - e como em todo este campeonato, o Tondela entrou em campo no 16º lugar, que valia o play-off de permanênci­a, e caiu para a zona de descida quando o Moreirense começou a marcar, mas emergiu perto do intervalo, num canto de Salvador Agra que Eduardo Quaresma recebeu para assistir Modibo Sagnan no 1-0. Teria chegado para salvar a época, se do outro lado não estivesse gente com sede de golos: Hamache cruzou e Gorré voltou a afundar o verde e amarelo no segundo escalão. Fiel ao nome, Salvador Agra ainda teve forças para arrastar a equipa rumo a novo momento de felicidade, quando cruzou e o alívio de Jackson Porozo encontrou outro capitão João Pedro, resgastado ao banco para assinar o 2-1. “Só mais um!”, pediu a bancada, em vão. Sem inspiração para matar o jogo, e a partir dos 83’ sem Salvador Agra para carregar toda a responsabi­lidade nas costas, o Tondela expôs a debilidade de sempre: Hamache cruzou eYusupha, melhor do que a pior defesa do campeonato, assinou o 2-2, sentença final. Com quatro minutos e ainda sete de descontos para jogar, havia tempo para novo salto na tabela, mas essa matemática não era compatível com a consternaç­ão que foi tomando conta do relvado, até só sobrarem os jogadores de rastos: o Tondela desceu.

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A desilusão tomou conta dos jogadores do Tondela após um empate penalizado­r

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