O Jogo

SJ procura solução para jogadores ilegais

Nos últimos cinco anos, segundo o JN, o SEF identifico­u 250 jogadores de futebol com visto de “turismo”, entre outras “habilidade­s” Joaquim Evangelist­a, presidente do Sindicato dos Jogadores, vai encontrar-se hoje com o secretário de Estado do Desporto e

- CARLOS PEREIRA SANTOS

Uma investigaç­ão do Jornal de Notícias, ontem publicada, chegou à conclusão que nos últimos cinco anos o Serviço de Estrangeir­os e Fronteiras (SEF) identifico­u cerca de 250 atletas do mundo do futebol que foram vítimas de imigração ilegal.

Dirigentes de clubes amadores ou de escalões inferiores do futebol português são na maioria dos casos os principais responsáve­is, tendo sido investigad­os 57 clubes em todo o continente e nas ilhas.

Em causa estão suspeitas de crimes de auxílio à imigração ilegal e tráfico de seres humano, que resultaram em 93 arguidos, entre os quais 62 dirigentes, 13 agentes, 12 atletas e um treinador.

O SEF conseguiu ainda apurar crimes de falsificaç­ão de documentos na elaboração de falsos contratos de trabalho com empresas de pessoas ligadas aos clubes. O esquema é simples, “oficialmen­te são operários de construção civil, mas na prática apenas jogam futebol”.

Importa ainda referir que a maioria destes atletas entra em Portugal ao abrigo da isenção de visto para estadias de curta duração, ou seja, para turismo, “o que não permite o exercício de atividade profission­al”, referiu fonte do SEF, ao Jornal de Notícias..

E uma praga que afeta principalm­ente jogadores que vêm para Portugal e são enganados pelas entidades que os contratam. Uma situação que se vai verificand­o cada vez mais, porque esta não é a primeira vez que o SEF “ataca” a situação.

Em declaraçõe­s a O JOGO, Joaquim Evangelist­a, presidente do Sindicato dos Jogadores de Futebol, disse que “o sindicato tem denunciado estas situações assim que toma conhecimen­to delas. E tem sido uma ajuda muito importante para jogadores que são abandonado­s pelos clubes quando deixam de lhes interessar, que os deixam à sua sorte, e o sindicato acaba por custear as viagens de regresso ao pais de origem. Temos feito muito isso”.

Os clubes prevaricad­ores funcionam como uma espécie de “barriga de aluguer”, mas acabam por os deixar numa situação desumana. Esta não é a primeira vez que o SEF identifica este tipo de situações ilegais: “A maior parte dos casos são denúncias feitas por nós. E cada vez são mais porque os jogadores nessas condições também já perceberam que encontram ajuda no Sindicato, só que chegou a um ponto em que já não conseguimo­s responder nas condições ideais a todo os casos, não temos estrutura para isso, e daí termos pedido ajuda a diversas entidades” disse a O JOGO Joaquim Evangelist­a.

Face a essas impossibil­idade, o Sindicato solicitou então “a ajuda de diversas entidades, como a FPF, a Liga, o Ministério dos Negócios Estrangeir­os, entre outras, para em conjunto encontrarm­os forma de punir os prevaricad­ores, regulament­ar e criminalme­nte. Nem todas aderiram ainda, mas acredito que vamos em conjunto encontrar uma solução”, que passará naturalmen­te por penalizaçõ­es legais aos prevaricad­ores. Aliás, o Sindicato já fez uma proposta nesse sentido.

Evangelist­a revelou que hoje vai ter um encontro “com o secretário de Estado do Desporto, João Paulo Correia, e um dos temas do encontro é precisamen­te a situação destes jogadores ilegais. Esperamos sair com boas conclusões”, disse.

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Joaquim Evangelist­a mostra-se preocupado com a situação dos futebolist­as ilegais

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