RODINEY SAMPAIO
“Sabemos o valor de ca da tijolo”
PORTIMONENSE Presidente da SAD considera que os vários negócios efetuados nesta última época foram fundamentais para garantir a estabilidade, porque “não nascemos ricos, nem somos milionários”
Clube vendedor, caçador de talentos, e, também, formador. É assim que Rodiney Sampaio, em entrevista a O JOGO, define o atual momento, prometendo a mesma firmeza e mais ambição.
À laia de balanço da época, o líder da administração do Portimonense admite novas saídas e promete “a reposição e a melhoria da qualidade” do plantel.
O Portimonense garantiu a sexta presença consecutiva na Liga Bwin. Os alicerces estão cada vez mais solidificados?
—O nosso maior objetivo passava por garantir a permanência. Estamos firmes naquilo que queremos fazer e desejamos ser mais fortes, sempre com muito foco e disciplina. Quando criámos a SAD, sabíamos que nada seria fácil e que teríamos de proceder de modo cirúrgico em todos os aspetos, principalmente no desportivo e no estrutural.
Esta época até foi menos sofrida, mas aquela série de 14 jogos sem ganhar
chegou a assustar?
—Esta época foi menos sofrida se compararmos com as duas últimas, as quais, todavia, foram assoladas pela maior catástrofe do século, que afetou o lado psicológico e o financeiro. Mas, realmente, não merecíamos o jejum de 14 jogos sem ganhar. A eliminação em casa, frente ao Mafra, para a Taça de Portugal, também nos custou a digerir. O objetivo da permanência é que nunca esteve em causa e sempre acreditámos na conquista dessa prioridade.
Venderam muitos jogadores esta época (Dener, Beto, Fali Candé, Aylton, Lucas Fernandes, Lucas Possignolo), isso não foi um risco?
—O Portimonense, além de vendedor e caçador de talentos, é um clube formador. Não queremos vender por vender, mas, sim, para promover o emblema e sermos reconhecidos pela capacidade de gestão e administração, forte nas suas estruturas e desportivamente. Sabemos que para todas as administrações, comissões técnicas e jogadores isto é uma passagem nas nossas vidas, mas o clube perdura e é nesse sentido que o procuramos deixar cada vez mais sólido e a depender de si próprio e não só de vendas, que, contudo, são necessárias para o fortalecimento da estrutura. Os jogadores que saíram eram muito importantes, sim, mas ninguém compra jogadores sem importância e não diferenciados. O Portimonense ajuda o bom profissional a dar um salto na carreira e a ser feliz em família. Outros jogadores virão, para, depois, também saírem, mas o clube fica e cabe a nós a reposição e a melhoria dessa qualidade.
O Paulo Sérgio ainda se queixou…
—Nós também temos falta de soluções, não somos um clube milionário, mas somos responsáveis e não podemos fazer loucuras. Queríamos, e queremos, ter sempre os melhores, mas, como disse, não temos o privilégio de ter nascido ricos e sabemos o valor de cada tijolo.
O plantel vai ser muito alterado?
—Terá algumas alterações, como de costume, deixando claro que tudo passará pelo Paulo Sérgio.
O treinador fez muitos pedidos?
—Tudo é feito em conjunto. O Paulo sabe das nossas limitações e por isso é também muito cirúrgico nos pedidos.
Manter Nakajima e Angulo, que estão emprestados, é uma prioridade?
—São processos que não dependem apenas do nosso desejo ou dos jogadores em causa, temos de respeitar as instituições. Mantemos contactos para assegurar a permanência de ambos, pois, repito, é um desejo comum, mas quem decide são as instituições que detêm os seus passes [FC Porto e Palmeiras].
Admite perder jogadores? Samuel, Willyan e Moufi têm muito mercado…
—São jogadores com mercado e bons profissionais, que muitos clubes quererão ter nos seus quadros, tal como nós. Admito que possa haver alguma saída, caso apareçam propostas irrecusáveis.