UMA PROVA DE REVELAÇÕES
Melro, Martim Maia, Danilo e Yago são jogadores que já rumaram a outras paragens. Outros se seguirão...
Primeira edição do campeonato deu “mais visiblidade” aos jogadores, consideram o treinador André David e o empresário Nuno Correia. Nível promete aumentar nas próximas épocas.
Com o fim da Liga 3 vieram as novidades: Yago Cariello (Portimonense), Danilo Veiga (Gil Vicente), Martim Maia (Santa Clara), Melro (Benfica)... todos eles com um denominador comum, ou seja, vão dar o salto para os patamares profissionais e, a estes, outros nomes se seguirão. Quase um ano depois de ter arrancado a primeira edição da prova, uma das vitórias da FPF está à vista. A visibilidade dada aos jogadores espelha-se nas transferências para outros emblemas e não irá ficar por aqui. “O facto de haver um filtro entre os melhores do Campeonato de Portugal e os restantes fez com que se criasse um campeonato muito difícil, altamente competitivo, com os melhores do CdP e com atletas da Liga SABSEG que integraram planteis de Liga 3”, considera André David, treinador do U. Santarém.
Só nos escalabitanos, há dois jogadores que deram o salto: Yago e José Melro. “Contavam com o Melro para lateral-esquerdo, mas achei que tinha qualidade para jogar noutras posições. Cresceu, começou a conhecer o jogo, a participar nos treinos e agarrou a oportunidade. É um miúdo que se percebia que ia chegar lá e ter sucesso”, salienta. “O Yago nem sequer era convocado até à minha chegada. A partir daí, fez um trabalho fantástico”, sustenta, em relação a cada um dos casos.
A norte, Bruno China, no Felgueiras, viu o lateral-direito Danilo Veiga rumar ao Gil Vicente e Théo Fonseca está na iminência de assinar pelo Famalicão. “O Théo está de parabéns pela excelente temporada que fez e o Danilo também teve um prémio justo. Esta Liga dá espaço aos miúdos para demonstrarem todo o potencial num espaço bastante competitivo. Todas as partidas são disputadas ao metro e ao segundo”, realça. A transmissão televisiva da maior parte dos encontros que, em alternativa, passam em streaming nas plataformas da FPF, também ajuda, segundo o empresário Nuno Correia, que na Liga 3 tem nomes como João Sidónio (Fafe), que deverá assinar pelo Estrela da Amadora. “A Liga 3 fez um ‘refresh’ ao futebol português. É uma aposta claramente ganha e o canal 11 trouxe muita visibilidade. A filtragem vai ser cada vez maior. Os clubes com melhores orçamentos e condições conseguirão contratar e potenciar os melhores jogadores e isso será uma bola de neve”, explica. “Hoje em dia, ninguém contrata um jogador pela televisão ou com base num vídeo dos melhores momentos, mas a televisão ajuda”, reforça.
De Álvaro Djaló à pérola de Massamá
Bruno China, a norte, e André David, a sul, indicaram outros talentos a ter em conta num futuro próximo. O primeiro jogou à defesa na hora de atirar nomes para cima da mesa, no entanto não deixou de referir dois jogadores de duas equipas B. “O Álvaro Djaló, do Braga B, tem todo o potencial para estar na formação principal do Braga ou noutro clube da Liga Bwin. O Gui, do V. Guimarães B, também vai chegar longe”, vaticina. “No Felgueiras há outros atletas a ter em conta, mas não quero individualizar”, justificou. “A própria comunicação social deu muito destaque à Liga 3 e tudo isso ajudou a promover os jovens jogadores”, acrescentou.
Para André David, no U. Santarém ficaram o médio
Zack e o extremo Miguel Tavares, que têm igualmente qualidade para outros voos. Nos rivais que defrontou na época agora finda, destaca Amadu Balde, médio do Real
SC e David Grilo, guarda-redes do Amora. Além disso, tal como O JOGO adiantara, Papalele, avançado do Montalegre, deve juntar-se a João Sidónio no Estrela da Amadora.
Artur Jorge: representante dos treinadores
Nem só de transferências de jogadores vive a Liga 3. Artur Jorge foi, entre os treinadores, o primeiro a dar o salto e com um desafio de grande dimensão. Falhou a subida à Liga SABSEG pelo Braga B, desfalcado ao longo da temporada com integração de vários jogadores por Carlos Carvalhal, na equipa principal, como Vitinha, Rodrigo Gomes, Gorby, Roger, Leonardo Buta, entre outros, contudo o essencial do trabalho estava feito. Os bês serviram de viveiro para Carvalhal e outros jogadores assumiram a vaga dos que deram o salto, como o já citado Álvaro Djaló, Hernâni e Berna. Carvalhal terminou contrato e António Salvador não hesitou, ao dar o banco a Artur Jorge.