Procura-se vitória para secar lágrimas
Adiado pela invasão russa, o duelo do play-off entre Escócia e Ucrânia joga-se hoje com as emoções bem à flor da pele
Hoje, quando se assinala o 97.º dia da invasão russa, o povo ucraniano vai esquecer durante 90’ as agruras de uma guerra brutal para acompanhar o regresso da sua seleção ao ativo frente à Escócia, nas meias-finais do play-off de acesso ao Mundial’2022. Originalmente marcado para 24 de março, o encontro foi adiado para hoje, mas o conflito continua bem vivo e a marcar um duelo que também servirá para homenagear as vítimas da invasão russa: os adeptos escoceses vão receber cartões com a letra do hino ucraniano para poderem acompanhar os jogadores forasteiros.
A notícia apanhou de surpresa o capitão Zinchenko, que não evitou as lágrimas ao comentar o apoio dos escoceses num encontro onde as emoções vão estar à flor da pele. “O sonho principal dos ucranianos é o fim da guerra, mas nós temos outro, que passa pelo apuramento para o Mundial. O nosso povo merecia esse prémio por todas as dificuldades que tem passado”, afirmou o médio do City.
O contraste de ritmo entre os jogadores da Escócia e da Ucrânia também tem sido um dos pratos fortes em vésperas do duelo de Glasgow. Face à pausa de inverno e à posterior interrupção do futebol no país motivada pela invasão russa, os 16 atletas provenientes da liga ucraniana às ordens de Oleksandr Petrakov estão há 171 dias sem disputar um jogo oficial e a tática para hoje acabou afinada em particulares contra Moenchengladbach, Empoli e Rijeka. O fosso é substancial, mas foi desvalorizado por Yaremchuk. “Tenho a informação que os estágios do Shakhtar e do Dínamo foram muito fortes. Os meninos estão prontos”, atirou o avançado do Benfica, que deve ser hoje titular.
Refira-se que o vencedor da partida de hoje ainda terá de disputar uma derradeira final por uma vaga no Catar frente ao País de Gales, no próximo dia 5.