“Queremos consolidar a forma de jogar”
Ambição Selecionador garantiu que a equipa vai tentar manter o mesmo padrão dos dois jogos do play-off para o Mundial e avisou que a Espanha “não é só posse”
Para o treinador português, o principal atributo da formação espanhola é a capacidade que tem para recuperar a bola. O técnico também alertou para a necessidade de Portugal segura a bola.
MIGUEL GOUVEIA PEREIRA
Manter a mesma forma bbb de jogar dos dois jogos do playoff para o Mundial, frente à Turquia e Macedónia, é um dos objetivos da Seleção Nacional, além de vitórias, para os quatro primeiros jogos da Liga das Nações, competição que, de acordo com Fernando Santos, é encarada de forma séria e não “como uma preparação para o Mundial”. O primeiro encontro é hoje, diante da Espanha, uma equipa que, para o selecionador nacional, não se limita a ser forte na posse de bola.
Quais as principais armas que a Espanha pode utilizar contra Portugal?
—Fala-se muito na posse bola, mas considero que o principal atributo da Espanha é a capacidade de a recuperar. Estas equipas têm muita escola do Barcelona, aquilo que têm presente é a capacidade de recuperar bola. Se não a recuperarem, não a vão ter. Sempre foi uma arma muito forte do Barcelona, até do Manchester City, que também tem este padrão de jogo. São dois momentos importantes do jogo, quando tivermos posse de bola e quando tivermos de a recuperar. Mas também temos de nos lembrar que o futebol é o jogo do golo, não é o jogo da posse de bola. A Espanha tem uma posse de bola objetiva, empurrando a equipa adversária para trás, mas também explora a profundidade. Foi isso que mostrei aos jogadores, mostrei-lhes a organização defensiva deles, aquilo que temos de fazer na nossa organização defensiva. Quando chegarmos a Espanha, vou reforçar isso e vou explicar como temos de trabalhar para não perder a bola. Se dermos a bola, aí fica impossível. Para este encontro, vai optar por jogadores que
tiveram ritmo competitivo até mais tarde?
-O que queremos é dar continuidade ao que fizemos nos últimos jogos e consolidar a forma de jogar. Isso quer dizer que não vai haver tantas mudanças neste primeiro jogo, talvez uma ou duas mudanças em relação aos jogos que fizemos com a Turquia e a Macedónia. O que vou procurar é que a equipa mantenha sempre este padrão, não tanto a questão dos jogadores, embora tenhamos de ter em atenção a questão física. Mas tratase muito mais de consolidar nesta Liga das Nações aquilo que está a ser o nosso padrão.
Diogo Jota chegou tarde e apenas fez um treino. Pode ser uma boa desculpa para lançar Rafael Leão?
—Boa desculpa? As decisões tomam-seporboasdesculpas? Aqui não há lugares cativos. O selecionador coloca os melhores em campo. Vamos ter quatro jogos, temos de fazer rotação, há alguns que até ficam já de fora dos 26. O Vitinha já está fora, faltam dois. Mas não é por desgastes que nós escolhemos. Depois de defrontarmos a Espanha, veremos quais os que estão melhores e selecionar os que jogam no jogo seguinte, com a Suíça.
Portugal venceu essa competição em 2019. Sente que nessa altura essa conquista foi desvalorizada?
—Na altura, valorizámos a Liga das Nações e sempre dissemos que queríamos ganhar a prova. Mas também disse que havia muita gente a desvalorizaracompetição,embora quando fomos eliminados com a França caiu o Carmo e Trindade por não termos ido à fase final. O nosso objetivo é sempre vencer e é assim que encaramos a prova, não como uma preparação para o Mundial. Sabemos que estamos numgrupomuitodifícil,onde estão duas das melhores seleções do mundo [Portugal e Espanha] e a Suíça que está entre as melhores e tem estado em bom plano nas fases finais. No europeu, eliminou a França.