O Jogo

VIDA PESSOAL “Devo 90% à namorada”

Não se sentia bem em Espanha, na Glassdrive diz ser tratado como um irmão e que isso “faz a diferença”. Mas não se compara ao pai, seis vezes vencedor da Volta ao Uruguai

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“Não estou nem perto de ser o que o meu pai foi”, diz Mauricio Moreira, que se sente a evoluir a cada ano que passa e deu o grande salto em Portugal, onde encontrou a “identidade” e passou a subir melhor.

Mauricio Moreira é reservado, ●●● mas fala da vida pessoal com uma abertura rara em grandes atletas.

Foi recentemen­te ao Uruguai, que não visitava há muito. Porquê?

—Fui lá passar o Natal e a entrada no novo ano com a família. Não fui antes porque é difícil. Tenho sempre de treinar, de fazer estágios. Nunca tive muito tempo e é longe e caro.

Que diz o seu pai sobre a carreira que está a fazer?

—Está muito contente com o que tenho feito. Nunca me disse nada sobre ganhar ou perder. Poreleestá­sempretudo­perfeito. Se eu tiver cometido um erro ele só dá opinião para corrigir. É um prazer ter pai e mãe assim. Eles estão sempre atentos e andam muito contentes por me verem de amarelo.

Já é melhor ciclista do que o seu pai?

—Não, de certeza. Não estou nem perto de ser aquilo que ele foi. Estou a ganhar corridas que ele nunca fez, mas quem o conheceu sabe o que o meu pai verdadeira­mente foi e a quantidade de adeptos que tinha.

Mas a sua carreira está a evoluir muito agora ....

—Ano a ano fico melhor, estou mais forte a subir. É a experiênci­a, estou a evoluir com o tempo, a conhecer melhor o meu corpo. Isso está a ajudar muito.

Teve uma grande evolução desde que veio da Caja Rural para Portugal. Como explica isso?

—A explicação é fácil de entender para qualquer atleta que está fora de casa, é a identidade. Quando estás num outro país, se não te sentes bem, se não te achas acompanhad­o, nada do que fazes vai sair bem. Podes trabalhar da melhor maneira, mas se a cabeça não está no sítio, nada resulta. Quando cheguei a Portugal senti-me como se fosse um irmão, fui acolhido como sendo da família. Desde o primeiro dia. Tanto eucomoamin­hanamorada­estamos integrados. Falo sempre dela porque 90% do que faço deve-se a ela. É muito difícil ser a namorada de um atleta e ela dá-me tranquilid­ade; dá-me força para ser o que sou hoje.

“Ela dá tranquilid­ade. Dá-me força para ser o que sou hoje”

Mauricio Moreira Glassdrive-Q8-Anicolor

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Reportagem de O JOGO esteve no quarto de Moreira

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