ABEL VIVEU UM ÉPICO
Palmeiras segurou o nulo com dois jogadores a menos e bateu o Atlético no desempate por penáltis para avançar às “meias”
Com a grande penalidade defendida por Weverton, a equipa do treinador português, bicampeã em título, terminou com a maldição de uma série de cinco desaires consecutivos nos castigos máximos.
“Disse a Deus que agradeceria qualquer que fosse o resultado. Não queria pressionar, mas disse aos jogadores que tínhamos de ganhar”
PAULO NUNES TEIXEIRA
A batalha por um inédito tri na Taça Libertadores mantém-se viva para o Palmeiras, cuja segunda mão dos quartos de final frente ao Atlético Mineiro teve contornos épicos. Em casa, depois de uma igualdade (2-2), a equipa comandada por Abel Ferreira superou o campeão brasileiro no desempate por penáltis (6-5), pois nenhuma das formações faturou no tempo regulamentar.
O Palmeiras enfrentou a primeira adversidade aos 29’, quando Danilo foi expulso e terminou com nove unidades devido ao vermelho exibido a Scarpa (82’). Mesmo assim, o Verdão travou as investidas do rival e só Hulk esteve mais perto do golo, com uma bola nos ferros. “Acho que a expulsão do Danilo fez com o que o Palmeiras jogasse mais atrás e o Abel foi esperto. Fez uma linha de cinco e uma de quatro”, assumiu Hulk, goleador do Galo, que também perdeu Vargas na última jogada do encontro, por expulsão.
Superadas as duas primeiras contrariedades, seguiu-se a maldição dos castigos máximos para o Palmeiras. Nas anteriores cinco ocasiões, desde a final do Paulistão contra o Corinthians (2020), o desfecho tinha sido sempre negativo neste capítulo. Na madrugada de quinta-feira, tudo foi diferente e Weverton defendeu a tentativa de Rubens, único a falhar e tornou-se herói no 250.º jogo pelo Verdão. Estudioso da forma como os rivais batem, como revelou, o guardião beneficiou ainda de uma dica de Rogério Godoy, treinador de guarda-redes do Verdão e acertou no lado.
Com a passagem à semifinal pela 10.ª vez, o Palmeiras não perde há 18 partidas na Libertadores e curiosamente, igualou o Galo, também detentor da maior série sem derrotas da história da prova. “Estes rapazes nasceram para fazer história neste clube, é o destino deles”, afirmou Abel, rebatendo as críticas de Cuca, que o acusou de colocar um “ferrolho”. “Ele vai perceber que tinha muita gente por fora do nosso bloco. Tinha de ter jogadores para atacar a nossa linha”, disse o português, em jeito de lição.
Música e Deus na decisão
Abel viveu o jogo intensamente, mas, nos penáltis, optou por ir para os balneários ouvir música e “falar com Deus”.