Carta aberta contra o líder
Jorge Fernandes, presidente da Federação, foi visado por sete atletas. Diz não serem “representativos”
São várias as acusações, como as de não deixar Egutidze falar a língua materna, insistir na obrigatoriedade de fazer a maior parte dos estágios em Coimbra ou gerir as bolsas de preparação.
RUI GUIMARÃES
Anri Egutidze, Bárbara Timo, Catarina Costa, Patrícia Sampaio, Rochele Nunes, RodrigoLopeseTelmaMonteiro, sete judocas do projeto olímpico, assinaram, ontem, uma carta aberta que colocou o judo português em estado de ebulição. São vários os pontos focados pelos atletas, que dizem ter reunido e exposto os problemas ao presidente da Federação, Jorge Fernandes, mas que esbarraram na “falta de compreensão, flexibilidade e sensibilidade” do dirigente, acusado também de discriminação e ameaças, no que dizem ser um “clima insustentável e tóxico”.
Várias vezes contactado por nós, Fernandes não falou a O JOGO, mas reagiu à TSF. “Conforme dizem os atletas, já houve uma reunião comigo. Este grupo de sete atletas não é representativo do judo nacional. Os treinadores, estou a ouvi-los pela primeira vez. Estão a haver alguns problemas, de facto, com os treinadores do Benfica. Está a haver problemas com os atletas do Benfica. Destes sete, cinco são do Benfica. Não os considero representativos”, respondeu.
Insistir na obrigatoriedade da presença em Coimbra em 70 a 80% por cento dos 52 estágios num ano, impedir Anri Egutidze, de origem georgiana, de falar a língua-mãe, a gestão por parte da federação das bolsas de preparação atribuídas pelo Comité Olímpico, fazer as convocatórias da seleção e ter tido um comportamento inadequado para com os judocas de origem brasileira, Rodrigo Lopes, Bárbara Timo e Rochele Nunes, são algumas das acusações.
“Os atletas (...) vêm por este meio tornar público o clima insustentável e tóxico” Carta aberta Sete judocas
“Destes sete cinco são do Benfica. Não os considero representativos”
Jorge Fernandes Presidente da Federação