O Jogo

A Europa é de todos

Barcelos viveu ontem uma grande noite europeia, com uma vitória tão gorda como história. O futebol português precisava que fosse apenas a primeira de muitas

- Jorge Maia jorge.maia@ojogo.pt

1Mesmo para quem andou distraído na última época, bastaria olhar para a exibição de Fran Navarro ontem, na vitória do Gil Vicente sobre o Riga, para perceber o interesse do Sporting no espanhol. Um avançado assim, com golo, faz falta em Alvalade. A questão é que também fará falta em Barcelos. Depois da eliminação do Vitória de Guimarães, Portugal precisava que o Gil Vicente se apurasse para a fase grupos da Liga Conferênci­a, especialme­nte eliminando o Az Alkmaar e, dessa forma, contribuin­do para a resistênci­a à ameaça neerlandes­a ao sexto lugar do ranking da UEFA. Consegui-lo com Navarro é difícil, sem ele será ainda mais do que isso. Talvez o Sporting possa esperar. Afinal, enquanto a classe média não prosperar na Europa, os grandes nunca vão tergaranti­dos os milhões que chegam de lá. 2 Creio que foi Winston Churchill quem disse que as leis são como as salsichas: o melhor é não sabermos como são feitas. O problema é que, muitas vezes, o produto acabado denúncia o processo de fabrico. Tomem-se os regulament­os da Liga como exemplo. Não é preciso saber como são feitos para torcer o nariz de cada vez que os temos de engolir. Há sempre uma regra clara, a que se segue a inevitável exceção e, mais adiante, uma contradiçã­o que anula a eficácia das duas anteriores até criar uma enorme confusão que alimenta sucessivas polémicas. O Casa Pia tem ou não de jogar com o Sporting e o FC Porto em Leiria, onde vai receber o Benfica? Era de supor que, para saber a resposta, não fosse preciso consultar um especialis­ta em direito capaz de descodific­ar o emaranhado de hipóteses que os regulament­os colocam. Mas é. E mesmo assim, não se fica com muitas certezas. Depois, ainda há quem se admire que os processos prescrevam.

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