Emoção no último aplauso a Chalana
Cerimónia na Luz contou com três mil adeptos nas bancadas, além de antigos jogadores e do clube em peso. Todos pelo Pequeno Genial
A família esteve sempre acompanhada pelo presidente Rui Costa, numa homenagem realizada junto à quina esquerda da grande área do Topo Sul, onde o antigo jogador espalhava magia.
Cerca de três mil adeptos ●●● deslocaram-se ontem ao Estádio da Luz para um último adeus e um derradeiro aplauso a Fernando Chalana, o Pequeno Genial, como era conhecido. Depois da missa realizada na Basílica da Estrela, o cortejo fúnebre seguiu para a Luz, onde, no Topo Sul, um ecrã gigante recordava, a quem chegava, as fintas, os golos e as jogadas geniais do avançado que começou a despontar para o futebol no Barreirense, emblemático clube da cidade onde nasceu a 10 de fevereiro de 1959.
Além dos órgãos sociais do clube – o antigo presidente Manuel Vilarinho também esteve na Luz –, a homenagem contou com a presença de atletas de várias modalidades do clube, futebol de formação, futebol feminino e de antigos jogadores, entre eles José Augusto, Veloso, Pietra, Futre, Nuno Gomes e Simão, bem como de funcionários do clube. Todos reunidos junto do local onde se estendia na bancada uma enorme camisola vermelha com o número 10 e onde se podia ler: Obrigado, Chalana. Coube ao plantel da equipa profissional de futebol fazer a guarda de honra à entrada da urna, coberta com a bandeira do Benfica, no relvado.
Com outros antigos companheiros de Chalana por perto, Diamantino, Humberto Coelho, Alberto Bastos Lopes e Carlos Manuel transportaram solenemente, até ao vértice esquerdo da grande área da baliza sul do estádio, os restos mortais de Chalana, onde foram prestados dez minutos de silêncio, em alusão ao número com que o Pequeno Genial deambulava nos relvados, interrompidos a espaços com gritos de louvor, cânticos e aplausos, enquanto nos ecrãs gigantes do interior do estádio podiam ver-se imagens de jogadas do antigo craque.
As emoções estavam ao rubro entre os adeptos benfiquistas e os familiares mais próximos de Fernando Chalana, que estiveram sempre de mão dada com Rui Costa, presidente do clube. A cerimónia encerrou com todos a cantarem em uníssono o hino do Benfica – que começou ao minuto dez das 16 horas –, interpretado primeiro por Luís Piçarra e depois à capela pelos adeptos presentes, num momento de união e devoção clubística.
O último momento da homenagem aconteceu quando, sob fortes e calorosos aplausos, a urna, então transportada por António Bastos Lopes, Shéu, Valido e Paulo Madeira, deixou o relvado, precisamente na saída da bancada onde se encontrava a enorme camisola com o número 10 e de onde “voavam” ramos de flores e cachecóis do Benfica, naquele que foi, efetivamente, o último adeus dos adeptos do futebol português a Chalana.
Após deixar o Estádio da Luz, o antigo internacional português, que faleceu aos 63 anos, seguiu para o Cemitério do Alto de São João, onde foi cremado numa cerimónia restrita aos familiares e aos amigos mais chegados, mas onde também estiveram algumas dezenas de adeptos, que fizeram questão de marcar presença para um último aceno de despedida ao futebolista.