LUÍS GOMES “SALVA” A KELLY-SIMOLDES

83.ª VOLTA A PORTUGAL Vencer uma etapa pode dar o retorno de um milhão de euros, o quíntuplo do orçamento de uma equipa modesta como a Oliveirense

Gaiense de 28 anos foi o mais forte num sprint a seis em Braga, vencendo pela terceira vez nas quatro últimas edições da Volta. No dia em que a fuga vingou, essa era a meta de seis equipas portuguesas.

CARLOS FLÓRIDO

Sabia-se de véspera que a chegada a Braga seria para uma fuga – as equipas de sprinters não iriam puxar, por se subir o Sameiro antes de descer para a meta – e ao km 8 da curta tirada (150,1 km) formou-se a enormidade de um grupo de 15 ciclistas, com 13 equipas representadas. Era uma rara oportunidade para conquistar aquele triunfo que justificaria a presença na Volta a Portugal , até agora só mediaticamente válida para três equipas – a Glassdrive-Q8 que lidera com FredericoFigueiredo,aTavferMortágua

e a Wildlife Generation, ambas com dois triunfos de etapa –, e a lotaria acabou por não o ser, pois o premiado foi Luís Gomes, o mais habilitado

LA Alumínios-Credibom-Marcos Car a erguer os braços entre os fugitivos.

O gaiense, já com vitórias no Larouco (2019) e Santa Luzia (2020), sobe bem e possui a ponta de velocidade que o distingue quando sprinta em pequenos grupos, não tendo espantado o seu ataque mal se começou a subir o Bom Jesus e, mais à frente, um segundo, na companhia de Joaquim Silva, da Efapel. Eles eram, juntamente com César Martingil (RPBoavista), Rafael Lourenço (Atum General-Tavira), Rui Rodrigues (Aviludo-Louletano) e Gonçalo Leaça (LA Alumínios-Credibom), os que mais precisavam de um triunfo para justificar o patrocínio, sentindo alguma inquietação quando, ao entrarem de novo no centro de Braga, foram alcançados por mais quatro escapados. Mas

Gomes, sabendo esperar o momento, foi imparável.

Para a Kelly-Simoldes-UDO, uma das equipas que deseja melhorar o orçamento de 200 mil euros, não tendo a continuidade garantida, o êxito foi perfeito. Há dois anos, com Gomes a ganhar uma etapa e vencer os pontos, o retorno foi de 1,8 milhões de euros, dez vezes mais o investimento. Aqueles braços erguidos em Braga podem ter rendido um milhão em publicidade. O suficiente para mais do que pagar uma época, no dia em que os Glassdrive deram um descanso à concorrência.

“É uma vitória muito esperada pela equipa, que a merece”

Luís Gomes Kelly-Simoldes-UDO

“Subir ao Sameiro era o mais duro. Fico contente com o segundo lugar”

GonçaloLeaça