A paixão de meio milhão de portugueses
Foi perto de casa, e dando a mão ao meu pai, que vi passar pela primeira vez uma corrida de ciclismo, sabendo por ele que era importante descortinar o que vestia uma camisola amarela. É assim, acredito, que a maioria descobre essa modalidade diferente, que leva os atletas a passar à porta das pessoas. Alguns, já adultos, embirram com os engarrafamentos que as corridas geram, sobretudo quando não contam com isso, mas na Volta a Portugal o espírito geralmente é diferente – as férias diminuíram o trânsito e a dimensão e histórico da prova eliminam a maioria das críticas. Porque é sempre bonito dizer que vimos passar a Volta.
É sempre bonito dizer que vimos passar a Volta
A etapa entre Águeda e Maia, e a que ontem saiu de Santo Tirso, para percorrer a maioria do Minho até chegar a Braga, foram as primeiras de autênticas multidões a aplaudir os ciclistas, eliminando de vez os receios gerados pela ausência da W52-FC Porto. Sendo uma das habituais festas de verão, que não cobra bilhete e visita os espectadores, a Volta é e será sempre popular, independentemente dos protagonistas ou de estar mais ou menos emotiva. Quem vê a caravana passar procura aplaudir os corredores e tentar descobrir aquele que veste de amarelo, não pensa em nomes ou classificações.
Diferente é saber que as audiências da RTP têm uma média entre 400 e 500 mil telespectadores que seguem a totalidade das etapas e picos que foram aos 635 mil, na Torre, e 759 mil, em Castelo Branco, colocando o canal a liderar as audiências enquanto os ciclistas pedalam. Isto prova que há mesmo um público fiel e que o seu número é significativo. Que fique registado!