SÓ FALTA O RECORDE
Pedro Pichardo, campeão olímpico, mundial e europeu num ano, voltou a pensar no mesmo: passar a fasquia dos 18 metros
Superar os 18,29 metros de Edwards e ser o detentor do novo máximo mundial de triplo salto é a grande meta do atleta do Benfica, depois de fazer o pleno de medalhas de ouro nas grandes competições.
“Vou trabalhar e provar que consigo. Já saltei 18 metros”
CATARINA DOMINGOS
No dia seguinte a sagrarse ●●● campeão da Europa em Munique (Alemanha) e arrecadar o único título que lhe faltava no palmarés, Pedro Pichardo regressou a Portugal a defender que “é mais fácil ter os grandes títulos do que saltar os 18 metros”, reforçando que faz deste o grande objetivo daqui para a frente, até superar o máximo do britânico Jonathan Edwards (18,29 metros), que vigora desde 1995. “Vou trabalhar e provar que consigo. Já saltei 18 metros”, afirmou o também campeão olímpico e mundial, detendo o recorde nacional (17,98 metros) e apresentando como melhor marca pessoal 18,08 metros, alcançados ainda por Cuba. O pai e treinador, Jorge Pichardo, concordou com o filho. “Ainda falta o recorde mundial. Acho que temos essa dívida para connosco e para com o povo. Estamos a trabalhar para isso”, disse, também no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.
No Olympiastadion, onde Lorène Bazolo se ficou pelas “meias” dos 200 metros e onde, hoje, Patrícia Mamona tem a final do triplo salto, o atleta do Benfica garantiu o ouro com um ensaio de 17,50 metros, batendo o italiano Andrea Dallavalle e o francês Jean Marc Pontvianne por 46 e 56 centímetros, respetivamente. “No primeiro salto não me senti muito bem, mas depois, logo no segundo, fiz aquela marca da vitória e senti-me mais tranquilo. Tinha a certeza que deveria ganhar a prova com aquele salto. Desde os Jogos Olímpicos, tem sido quase sempre pela mesma margem. São 40 ou 50 centímetros do segundo lugar. Não fico muito surpreendido. Tenho muita confiança no meu trabalho e tento sempre dar o melhor nas competições”, recordou, querendo fazer soar “A Portuguesa” mais vezes. “Sempre que vou competir, penso que tenho de fazer um grande salto para ouvir o meu hino a tocar”, garantiu.
Pedro Pichardo “Ainda falta o recorde mundial. Acho que temos essa dívida para connosco e para com o povo”