O Jogo

“Desta vez, cabe ao Rúben ter um pouco de azia”

SÉRGIO CONCEIÇÃO Antes do clássico, o treinador do FC Porto abordou a saída de Matheus Nunes do Sporting e admitiu um rival mais imprevisív­el

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Na antevisão a um jogo que “vale quatro pontos e meio”, mas que “não vai decidir nada”, o técnico campeão nacional vincou que os dragões estão num estado de “alerta diário” e “à procura da perfeição”.

FRANCISCO SEBE

Em véspera de clássico e em tom de boa disposição, Sérgio Conceição mostrou-se preparado para as nuances que o Sporting, já sem Matheus Nunes, pode apresentar hoje (20h30) no Dragão. A propósito da saída do médio de Alvalade, o treinador do FC Porto lembrou “os títulos” que o davam como “aziado” em relação às vendas dos dragões e passou a bola a Rúben Amorim. A vitória suada em Vizela, garante, não motivou um estado de maior alerta.

Costuma dizer que os clássicos são jogos de seis pontos. Os pormenores farão uma diferença ainda maior numa fase tão prematura da época?

—Os jogos são sempre importante­s, não sabemos qual será o mais importante para definir o campeão. Sendo entre candidatos têm essa particular­idade, porque são três pontos que o adversário não ganha e três pontos que nós podemos ganhar. Não vai decidir nada nesta altura, é um jogo que, no fundo, vale quatro pontos e meio.

Houve um estado de alerta maior ao longo da semana?

—O meu alerta é diário. Temos o jogo como referência. Quando o trabalho não é bem feito, não é porque deixamos de saber fazer as coisas de um dia para o outro, mas também porque há mérito do adversário, que tem valia, e algum demérito nosso, por coisas que devíamos ter feito e não fizemos. Os campeões são os jogadores e as equipas que conseguem estar ainda mais motivadas para o próximo desafio. O nosso é o treino de amanhã e o jogo. Andamos sempre à procura dessa perfeição, da nossa forma de jogar e estar. É importante ter esse estado de espírito para se conseguir meter em campo tudo o que trabalhamo­s, que nos deu êxito no passado e que faz parte do ADN da equipa e do FC Porto. Como já aconteceu com o FC Porto esta época, Rúben Amorim perdeu uma das figuras. A saída de Matheus

Nunes torna o Sporting mais imprevisív­el?

—Já vi em muitos títulos que ando aziado, mas desta vez cabe ao Rúben [Amorim] ter um um pouco disso... Mas de certeza que não preparou a equipa com essa azia, preparou-a para fazer o melhor, para surpreende­r-nos estrategic­amente. Obviamente que o Matheus Nunes era um jogador extremamen­te importante na dinâmica do Sporting, mas, se não está ele, estará outro. Claro que ficamos mais pobres quando saem grandes jogadores, mas é normal no nosso campeonato. Toda a gente sabe como é o modelo de jogo do Sporting, conseguimo­s dissecá-lo ao máximo, mas depois é preciso trabalhar e estar atento ao que eles sabem fazer tão bem. Torna-se mais imprevisív­el dependendo das caracterís­ticas dos jogadores em determinad­os setores. Sem o Matheus Nunes no meio-campo, podemos ter o Morita, o Pedro Gonçalves, o Mateus Fernandes, que é um jovem de muita qualidade... Preparamo-nos para isso. Depois, na frente, pode sair o Edwards e jogar o Nuno Santos, numa zona mais baixa do campo. É dentro das caracterís­ticas dos jogadores que o jogo pode ter diferentes nuances. Penso que, em termos do que é o modelo de jogo, o Sporting não vai mudar. Estamos focados nas tarefas de cada um e temos de olhar para a nossa equipa, a grande base do nosso trabalho, para impormos o nosso jogo em função do que nós somos.

Quer tecer algum comentário ao castigo de 70 dias de suspensão aplicado a Frederico Varandas?

—Não comento. Estou aqui para falar sobre o jogo.

É mais difícil preparar o jogo sabendo que o Sporting não terá uma referência no ataque, no caso o Paulinho?

—O Paulinho, apesar de ser um 9 puro, tem comportame­ntos de 10. Não está constantem­ente a necessitar do apoio dos centrais para jogar, não está sempre entre eles, é um jogador móvel. Não há grandes diferenças entre este ataque móvel de agora e o ataque do Sporting com o Paulinho. O jogador que vai substituí-lo é diferente, mas o Sporting não deixa de ter essas caracterís­ticas.

“Clássico não vai decidir nada, mas é um jogo que, no fundo, vale quatro pontos e meio”

“Os campeões são os jogadores e as equipas que conseguem estar ainda mais motivados para o próximo desafio” Sérgio Conceição

Treinador do FC Porto

“Andamos sempre à procura da perfeição, da nossa forma de jogar e de estar” “O mercado fica ali ao pé do nosso cão, mas os treinadore­s querem sempre mais”

“Se não entrasse ninguém, eu continuari­a com um plantel capaz, mas capaz de quê? A isso não vou responder”

Sérgio Conceição Treinador do FC Porto

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