O Jogo

As saídas não são todas iguais

- José João Torrinha

1Quando foi noticiada a saída dos corpos sociais do clube e SAD vitorianas de Diogo Leite Ribeiro, muitos abordaram o tema, agregando esse abandono aqueles que antes tinham acontecido envolvendo Diogo BoaAlma e Pepa. Permitamme discordar.Estes últimos eram funcionári­os do clube e, como tal, a sua saída, reveladora que possa ser de muitas coisas, terá que ser sempre lida sob esse prisma: há uma direção que define uma estratégia e quem representa o clube tem de alinhar pela mesma. Se isso não for possível, há apenas um caminho para quem discorda: aquele que leva à porta de saída. Por isso digo que aqui falamos de outra coisa, pois quem saiu fazia parte do núcleo que definia a própria estratégia. Quer o clube quer o próprio decidiram não abrir o jogo quanto aos motivos que presidiram à saída. Fizeram-no, não duvido, com o intuito de defender o Vitória. Mas ao terem optado por esse caminho, já se sabe, abriram a porta à especulaçã­o. Pela parte que me toca, conheço o Diogo há muitos anos e sei que se o fez, foi porque entendia ter razões ponderosas para tal. Por outro lado, já aqui escrevi que esta direção, ao contrário da anterior, era constituíd­a por pessoas de perfil mais forte e que isso representa­va um desafio na hora de gerir sensibilid­ades. Mas nada disso importa já, pois, como se costuma dizer, para a frente é que é o caminho. Por isso, o que se exige a uns e outros é o mesmo: que onde quer que estejam continuem a servir e a apoiar o Vitória. 2 Tenho insistido que o setor em que vejo o Vitória apresentar mais debilidade­s é o defensivo. E no entanto, a realidade parece querer desmentir-me semana após semana. É que, se excluirmos o jogo de Split, a verdade nua e crua dos factos mostra que o Vitória não sofre golos. Ainda assim, às vezes importa ver mais além e não tomar a árvore pela floresta. A frieza dos números está longe de nos dizer tudo, sendo que as fragilidad­es, a meu ver, continuam lá e a merecer serem colmatadas. Por isso, estou em crer que nos próximos dez dias muita coisa vai ainda acontecer, esperando-se que o que há a ser corrigido ainda o vá ser em tempo útil. Para já, os resultados mostram que já temos o mais importante: uma base estruturad­a capaz e merecedora de receber os últimos ajustes para que o resto da época possa ser focada apenas numa coisa: trabalhar com tranquilid­ade, rumo à vitória.

Quem saiu fazia parte do núcleo que definia a própria estratégia. Quer o clube quer o

próprio decidiram não abrir o jogo e já se sabe que ao optar pelo silêncio abriram espaço à especulaçã­o

Os resultados mostram que já temos o mais importante: uma base estruturad­a

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