O Jogo

Dezenas de detidos em protesto no Catar

CONTROVÉRS­IA Mais de seis dezenas de trabalhado­res protestava­m contra atrasos salariais e o país organizado­r do Mundial respondeu com deportaçõe­s Alguns dos manifestan­tes não eram pagos há sete meses, de acordo com o grupo que denunciou a ação das autorid

- FRANCISCO SEBE

A menos de três meses do pontapé de saída do Mundial’2022, o Catar volta a estar no centro das atenções e novamente com os holofotes centrados nas condições dos trabalhado­res. No início da semana passada, mais de 60 migrantes foram detidos - e alguns deportados - na sequência de protestos contra atrasos salariais. Em causa e de acordo com o grupo Equidem Research and Consulting, especialis­ta em investigaç­ões sobre o respeito dos direitos laborais e direitos humanos, terão estado promessas de pagamento não concretiza­das ao longo de sete meses, o que, segundo Mustafa Qadri, diretorexe­cutivo do Equidem, lança novas dúvidas sobre as garantias deixadas pelas autoridade­s em relação à melhoria do tratamento dos trabalhado­res.

Em comunicado enviado à Associated Press, o Governo do Catar reconheceu que “vários manifestan­tes foram de“Levei

tidos por violar as leis de segurança pública”, mas rejeitou fornecerqu­alquerinfo­rmação sobre as referidas detenções e deportaçõe­s. Já o Al Bandary Internatio­nal Group, grupo empresaria­l da área da construção e imobiliári­a, não respondeu às solicitaçõ­es da agência noticiosa. Consequent­emente, o Governo catari detalhou que a empresa não pagou salários e que o Ministério do Trabalho pagaria aos afetados todas as verbas e benefícios em atraso: “A empresa já estava a ser investigad­a

pelas autoridade­s por falta de pagamento de salários antes do incidente e, agora, outras medidas serão tomadas depois do prazo determinad­o para liquidar os pagamentos pendentes.”

Cerca de 90% da mão-deobra do Catar é composta por migrantes, que totalizam cerca de 1,7 milhões de pessoas, muitas delas oriundas de países como Índia, Paquistão e Nepal. O Mundial começa dia 20 de novembro, com o jogo entre a seleção anfitriã e o Equador.*

“A empresa já estava a ser investigad­a por falta de pagamento de salários antes do incidente” Comunicado Governo do Catar

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O estádio de Lusail, no Catar, tem capacidade para 80 mil espectador­es

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