Dezenas de detidos em protesto no Catar
CONTROVÉRSIA Mais de seis dezenas de trabalhadores protestavam contra atrasos salariais e o país organizador do Mundial respondeu com deportações Alguns dos manifestantes não eram pagos há sete meses, de acordo com o grupo que denunciou a ação das autorid
A menos de três meses do pontapé de saída do Mundial’2022, o Catar volta a estar no centro das atenções e novamente com os holofotes centrados nas condições dos trabalhadores. No início da semana passada, mais de 60 migrantes foram detidos - e alguns deportados - na sequência de protestos contra atrasos salariais. Em causa e de acordo com o grupo Equidem Research and Consulting, especialista em investigações sobre o respeito dos direitos laborais e direitos humanos, terão estado promessas de pagamento não concretizadas ao longo de sete meses, o que, segundo Mustafa Qadri, diretorexecutivo do Equidem, lança novas dúvidas sobre as garantias deixadas pelas autoridades em relação à melhoria do tratamento dos trabalhadores.
Em comunicado enviado à Associated Press, o Governo do Catar reconheceu que “vários manifestantes foram de“Levei
tidos por violar as leis de segurança pública”, mas rejeitou fornecerqualquerinformação sobre as referidas detenções e deportações. Já o Al Bandary International Group, grupo empresarial da área da construção e imobiliária, não respondeu às solicitações da agência noticiosa. Consequentemente, o Governo catari detalhou que a empresa não pagou salários e que o Ministério do Trabalho pagaria aos afetados todas as verbas e benefícios em atraso: “A empresa já estava a ser investigada
pelas autoridades por falta de pagamento de salários antes do incidente e, agora, outras medidas serão tomadas depois do prazo determinado para liquidar os pagamentos pendentes.”
Cerca de 90% da mão-deobra do Catar é composta por migrantes, que totalizam cerca de 1,7 milhões de pessoas, muitas delas oriundas de países como Índia, Paquistão e Nepal. O Mundial começa dia 20 de novembro, com o jogo entre a seleção anfitriã e o Equador.*
“A empresa já estava a ser investigada por falta de pagamento de salários antes do incidente” Comunicado Governo do Catar