O Jogo

Sérgio Conceição “Não fui digno de me sentar no banco do FC Porto”

CRÍTICAS Treinador do FC Porto assumiu “totalmente a responsabi­lidade do que se passou” em Vila do Conde e também disse que muitos jogadores “não foram dignos de vestir esta camisola”

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O tempo útil de jogo na segunda parte também foi abordado pelo técnico dos dragões, que avisou que não ia a mais reuniões com outros treinadore­s para debater o que depois no campo “é uma vergonha.”

MELO ROSA

“Não é um jogo para esquecer, é para lembrar. Temos de baixar a cabeça e pensar no que não fizemos neste jogo”

“Os jogadores não desaprende­ram ou não sabem fazer aquilo a que nos dedicamos diariament­e para honrar a camisola que vestimos, mas há que rever muita coisa, a começar por mim”

Sérgio Conceição começou ●●● por lembrar que a equipa já tinha passado “por momentos iguais em Vizela”, onde ganhou por 1-0 com um golo de Marcano na parte final. “Dissecámos ao máximo esse jogo. Hoje [ontem], na primeira parte, faltou tudo. Não podemos ter intenção de pressionar na frente e ser uma equipa que quer condiciona­r ao máximo a dinâmica do adversário e depois não somos uma coisa nem outra. Temos uma falta na primeira parte, isto não existe. O terceiro golo nasce numa segunda bola pedida. Estivemos muito distantes na atitude [que queremos] no jogo. Em termos estratégic­os cabe-me a mim, sou eu o culpado, assumo completame­nte a responsabi­lidade do que se passou. Há um ano, em Braga, não fomos nós que perdemos porque houve fatores extra que fez com perdêssemo­s. É o segundo jogo há mais de um ano. Tem que se dar mérito aos jogadores, não desaprende­ram ou não sabem fazer aquilo a que nos dedicamos diariament­e para honrar a camisola que vestimos, mas há que rever muita coisa, a começar por mim”, considerou o treinador

do FC Porto.

“Não fomos um coletivo forte, essa é a verdade”, continuou Conceição, desapontad­o por “a mensagem transmitid­a diariament­e a cada treino não ter sido passada” e sem problemas em assumir a responsabi­lidade: “Não fomos dignos. É vergonhoso para mim, como treinador do FC Porto, ter uma primeira parte destas. Eu, como treinador, não fui digno de me sentar no banco a comandar a equipa do FC Porto, de defender as cores do FC

Porto e muitos jogadores de vestir esta camisola. Vestir esta camisola tem um mínimo que precisamos de dar”, apontou, com a garantia que “este jogo não é para esquecer, é para lembrar.”

Sem servir “de desculpa”, o treinador criticou o tempo útil. “Na segunda parte, o jogo não existiu. Algumas investidas do FC Porto, 20 e poucos remates,cincoousei­socasiões de golo, podiam ser 10 ou 15 oportunida­des se o tempo de útil fosse maior. Faz parte do

futebol português. Não me convidem mais para reuniões da Federação Portuguesa de Futebol, para nós, treinadore­s, reunirmos, com a hipocrisia que nos caracteriz­a, para depois nos jogos ser esta vergonha. Vou ver a segunda parte, tenho muito gosto em saber qual foi o tempo de útil de jogo na segunda parte. É vergonhoso, mas não foi por isso que perdemos. O Rio Ave mereceu ganhar. Não tem a ver com isso, tem a ver com o desenrolar do jogo”, alertou.

Tempo útil? “Não me convidem mais para reuniões da Federação para nós, treinadore­s, reunirmos, com a hipocrisia que nos caracteriz­a, para depois nos jogos ser esta vergonha”

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Sérgio Conceição lamentou o que aconteceu, sobretudo na primeira parte

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