Braga sem medo de agitar o tripé
As sentenças só podem ser produzidas depois de ouvir as partes. A temporada de futebol vai curta, há muitas forças para medir e argumentos para debater ao longo de 34 jornadas. Nada é definitivo, nesta altura. Mas os primeiros indicadores contam, porque não existe segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão. E o Sporting de Braga não só provoca boas sensações a quem gosta de futebol, como apresenta indicadores muito sólidos de crescimento contínuo. Trocou de treinador, a pressão do mercado incide como poucas vezes se vê sobre o seu capitão e grande referência em campo, Ricardo Horta, e continua a socorrer-se de jovens formados no clube para resolver os mesmos problemas que os rivais do topo da tabela solucionam com contratações milionárias. O espanto resulta de continuar a fazer tudo isto sem perder qualidade ou capacidade de se intrometer em discussões reservadas, tradicionalmente, a FC Porto, Sporting e Benfica.
A entrada do Sporting de Braga nesta Liga, cumpridas quatro jornadas, é uma espécie de conto de fadas. Os 17 golos marcados dizem muito, a qualidade de jogo ainda mais. Esta é, no fundo, apenas a face visível de um clube que cresceu mais do que qualquer outro em Portugal, nas duas últimas décadas, desde a chegada de António Salvador à presidência, sempre sem medo de abrir discussões incómodas, suscetíveis de agitar o tripé onde se acomoda o futebol português. Já só lhe falta ser campeão. Não sabemos se será nesta época, ninguém consegue perspetivar quando, mas que está mais perto, está.