INVESTIMENTOS DITAM FIM DA AUSTERIDADE
NEGÓCIOS Todos os clubes nacionais que se apuraram para as provas europeias gastaram mais dinheiro em reforços do que na época passada
DESTAQUES BETO, LINCOLN E PICKEL...
Olhando para as restantes equipas do nosso campeonato, há três negócios - vendas que se destacam pelos valores envolvidos. O Portimonense encaixou 7 M€ da Udinese, que acionou a opção de compra do avançado Beto. O Famalicão recebe 3,8 M€ da Cremonese pelo passe do médio Charles Pickel enquanto o Santa Clara vendeu o brasileiro Lincoln ao Fenerbahçe por 3 M€.
Balança comercial claramente favorável, como tem de ser num mercado nacional em que o poder de compra é limitado. Ainda assim, a contratação de David Carmo estabeleceu um novo recorde interno.
CARLOS GOUVEIA
Encerrou o mercado para ●●● os clubes nacionais. A partir de hoje, não há mais contratações - só entradas de jogadores livres - e vendas apenas para ligas periféricas, das que normalmente não pagam muito pelos passes. Dito isto, há uma conclusão evidente ao analisar as transações dos seis clubes que se apuraram para as provas europeias no último campeonato: a austeridade terminou porque todos gastaram mais em reforços do que em igual período do ano passado. O FC Porto mais do que duplicou o valor pago por novos jogadores, tendo até estabelecido um novo recorde de compras internas ao pagar 20 milhões de euros aos bracarenses por David Carmo. O Benfica também mais do que duplicou o investimento anterior, com Neres a ser o mais caro, até porque o nome que será mais sonante, Draxler, chega por empréstimo.
No Sporting é onde mais se nota que o cinto ficou mais folgado. Dos 12 milhões de euros gastos após a conquista do título, o clube de Alvalade passou para um recorde de 54 M€ investidos na tentativa de recuperar o cetro.
Dos três grandes para baixo, os valores caem a pique. O Braga gastou cerca de 4,5 M€ em cinco contratações, o V. Guimarães não terá - no condicional porque muitos dos valores aqui referidos não foram oficializados pelos clubes - ido além dos 1,7 M€, tendo claramente apostado nos empréstimos e em jogadores de baixo custo. O estreante europeu - entretanto eliminado - Gil Vicente também duplicou a verba em contratações.
Para todo este investimento num campeonato em que apesar do poder de compra limitado não deixa competir com a maioria dos concorrentes externos, foram decisivas as vendas. Mesmo com gastos elevados (proporcionais às respetivas realidades), os seis clubes em questão fecharam o mercado com lucro. O Sporting é quem acaba com a balança comercial mais favorável: 63 M€, mas foi o Benfica quem vendeu mais caro, com os 75 M€ pagos pelo Liverpool por Darwin.