Da discussão nasce o VAR
Nem tudo é mau. Depois do episódio medieval de tentar lançar para a fogueira alguém que faz uma pergunta, a introdução do VAR na Liga Sabseg estimula e credibiliza a competição.
Há notícias para além das contratações estrondosas e das transferências mirabolantes. No caso do futebol português, a novidade é boa e necessária, sobretudo numa semana em que, à boa maneira medieval, se tenta lançar para a fogueira alguém que faz uma pergunta. O episódio só surpreende os mais desatentos. Os clubes passam a vida a fazer queixa uns dos outros, a diferença, neste caso, é que o Sporting fez queixa de uma repórter. As ações, inaceitáveis e incompreensíveis, ficam com quem as pratica. Os juristas do Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) saberão decidir em conformidade, arquivando. E os regulamentos lá serão alterados, um dia destes.
De volta à boa novidade, FPF e Liga Portugal anunciaram a introdução do VAR na Liga Sabseg, a partir da próxima época. Ora, esta sim, é uma medida estruturante. Tudo o que serve para colocar as competições profissionais em plano de igualdade em termos de ferramentas que contribuem para melhores decisões dos árbitros é positivo. Só assim será possível continuar a elevar o patamar de exigência, valorizando a prova que fornece mão-deobra a boa parte dos clubes da liga principal. Os custos serão, numa primeira fase, suportados pela FPF e, gradualmente, assumidos pela entidade que tutela o futebol profissional. O resultado deste trabalho conjunto também é, no caso do VAR, decisivo para a integridade das competições. E isto leva-nos ao início deste texto. Não vale a pena os clubes aprovarem regulamentos à margem da lei, ou mal redigidos, que dão origem a processos condenados a arquivamento pelo Conselho de Disciplina da FPF, talvez seja útil começarem a olhar para estes documentos em conjunto.*